terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

"Bitch is the new black"




Em Portugal ainda não temos o privilégio de ver Tina Fey. Depois de durante vários anos ter escrito para o Saturday Night Live e de ter sido a primeira mulher a chefiar a equipa de redacção, Tina Fey regressou ao programa como “hostess”. Criadora e protagonista da série “30 Rock”, actualmente em transmissão na NBC, o vídeo acima é o segmento “Weekend Update”.

252 anos depois está tudo explicado

Israeli earthquakes are gays' fault, says MP

Em Israel e não só. Eu sempre desconfiei daquelas roupinhas e cabelinhos que se usavam ali por volta de 1755.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Let's party

A criação deste blog, há precisamente um ano, é indissociável da cerimónia de entrega dos Óscares. A 25 de Fevereiro de 2007, para combater o sono enquanto a festa não começava, dei início à brincadeira de fazer um blog convencida que a aventura não ultrapassaria os comentários à festa. Afinal, um ano depois e passada mais uma celebração do cinema, por cá continuo.
Ao contrário do ano transacto não vou analisar em pormenor o que aconteceu no Kodak Theatre. Primeiro, porque não aconteceu grande coisa; segundo, porque a capacidade física, que tem andado pelas ruas da amargura, não me permitiu aguentar além das três da manhã. Mas gravei e já vi. E bocejei. E fiz muito “fast forward”, o que dá imenso jeito cada vez que os comentadores da TVI abrem a boca. Não sei que disparates terão dito este ano e parece-me que isso é bom para mim.
Foi uma noite murcha, sem centelha de brilho. Jon Stewart tem, na minha perspectiva, o mesmo problema de Conan O’Brien: depois da piada, a pausa e expressão facial à espera dos aplausos.
Quanto à cerimónia propriamente dita não houve um único momento digno de ficar na memória. Em palco nada mais aconteceu para além das prestações por parte dos nomeados para melhor canção. E, fraquinhas como eram, melhor era não terem acontecido. Até a repescagem de momentos passados foi a prova que a cerimónia foi preparada em cima do joelho, fruto da indecisão quanto à greve dos argumentistas. Quem tenha em casa aqueles DVD ou VHS que celebram os “Oscars’ Greatest Moments” identificou uma boa parte deles (o discurso em linguagem gestual de Louise Fletcher, o nu que atravessa o palco atrás de David Niven, as “new faces on the old faces” de Johnny Carson...), o que prova que nem se deram ao trabalho de fazer nova pesquisa de imagens.
Não vou também comentar os trajes que se exibiram. O Oscar de melhor actriz secundária, atribuído a Tilda Swinton, foi dos primeiros da noite e, depois de confrontar os meus olhos com uma indumentária daquelas, qualquer trapinho parecia “haute couture”.
Os discursos também não merecem grandes observações. Não se repetiu o momento Gwyneth Paltrow, a chorar baba e muco nasal, ou o momento “bebi 32 cafés e tomei uma quantas pastilhas” de Cuba Gooding Jr. Pelo contrário, a ver pela quantidade de sotaques diferentes que tivemos este ano, sugiro legendagem em 2009. E já agora, no que diz respeito a sotaques, a tradição já não é o que era: onde é que já se viu, um espanhol a falar inglês em condições? Bardem que ponha os olhos em Penélope Cruz (segundo as revistas cor de rosa, as mãos já ele pôs...) e em Antonio Banderas.
Mas nem tudo foi banal nesta noite. Destaco como melhor momento ver Cormac McCarthy em pé, no meio da plateia, a aplaudir efusivamente os irmão Coen pela adaptação da sua obra, “No country for old men”. Nada mal para quem, até há menos de um ano, nunca tinha dado uma entrevista televisiva ( e apenas duas para a imprensa escrita) ao longo de uma carreira de 40 anos. É caso para dizer: a noite dos Óscares é “no place for shy men”.


P.S. Para celebrar o 1° aniversário, e como por aqui as festas não costumam ser regadas a “champagne”, mudou-se apenas a decoração ali em cima. Sempre fica melhor em dia de festa. Mesmo correndo o risco de parecer abichanado :-)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Muita parra, pouca uva




O senhor que aqui vemos, em pânico, é o senador Kirk Watson, do Texas, apoiante de Barack Obama. Convidado para um debate com Stephanie Tubbs, apoiante de Hillary Clinton, no programa de Chris Matthews na MSNBC, ficou em apuros quando lhe foi feito um pedido: “name some of his legislative accomplishments... name any...". Gaguejou, tentou mudar de assunto e não chegou a lado nenhum. A única desculpa para a falta de preparação deste defensor de Obama é ele ter pensado qua a MSNBC era a SIC e que o Chris Matthews era o Ricardo Costa.
Kirk Watson não foi capaz de mencionar nenhuma medida de Obama porque “hope” e “change” não são determinadas por decreto.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Caixões Vilaças, caros comó caraças




Já várias vezes tinha procurado por este “sketch”. De tudo quanto o genial Herman José já fez este é absolutamente inesquecível. Fez parte do “Hermanias”, de 1984, agora em reposição aos sábados à noite, na RTP Memória. Para ver, para rever e sobretudo para não esquecer que todos temos para com Herman José uma imensa dívida de gratidão: ensinou-nos a rir quando mal o sabíamos fazer e quando poucos eram capazes de o fazer . Obrigada.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Valentine's Day

Quem me conhece sabe que o dia de hoje me passa ao lado como passam todos os que pretendem celebrar algo que deve ser celebrado todos os dias. De tal forma que já houve alguém que resolveu passar pela caixa de comentários a manifestar a surpresa pela decoração cardíaca no título daqui do estaminé.
Para verdadeiramente celebrar o dia de S. Valentim deixo-vos com um poemazinho que relata a minha história e do meu ex. Desculpem se algumas frases vos parecem familiares mas estou muito cansada e não me apetece ter de inventar tudo:


It was many and many a year ago,
In a kingdom by the sea, (1)
Andava eu a apanhar mexilhões
Quando levantei a cabeça e te vi

“Come live with me and be my love” (2)
Disseste logo de uma assentada
Deixei cair os mexilhões
Eh pa, fiquei lixada

“Come slowly, Eden
Lips unused to thee.” (3)
Não me venhas com falinhas
Que os mexilhões não são p’ra ti

"Let us go then, you and I,
When the evening is spread out against the sky" (4)
Mas é melhor não irmos pelas rochas
Porque quem escorrega também cai

"Love is like the wild rose-briar,
Friendship like the holly-tree" (5)
Com a poesia já me deste a volta
Os mexilhoes sempre são para ti

“i carry your heart with me” (6)
mas tens de ser discreto
é que se a asae te apanha
vais dentro, isso é certo

"Marriage is not
a house or even a tent" (7)
É uma espécie de barraca
Que costuma dar muita gente

"How do i love thee
Let me count the ways" (8)
Os dias foram doze
Do Natal até aos Reis

"What if I say I shall not wait?
What if I burst the fleshly Gate"
(9)
Por mim diz o que quizeres
Em ti não há nada que se aproveite

"I have done it again.
One year in every ten" (10)
Conheço um gajo porreiro
E ao fim de uns dias largo o man

"O CAPTAIN! my Captain! our fearful trip is done;" (11)
E já durou mais do que eu estava à espera
Afinal ainda não é desta
Que um namorado chega à primavera


(1) Edgar Allan Poe
(2) Cristopher Marlowe
(3) Emily Dickinson
(4) T.S.Elliot
(5) Emily Bronté
(6) e.e.cummings
(7) Margaret Atwood
(8) Elisabeth Barret Browning
(9) Emily Dickinson
(10) Silvia Plath
(11) Walt Whitman


P.S. 1. Para quem gosta de implicar e vier dizer que entre o Natal e os Reis não há mexilhão de jeito experimentem encontrar uma palavra em inglês que rime com Páscoa.
P.S.2.Atendendo ao teor do poema decerto notarão que além do do dia de S. Valentim se celebra já por antecipação o 1° de Abril...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

E médico de familex, não se arranjex?


Se temos tempo para malhar no governo e para chafurdar no passado do sr. primeiro ministro também temos que ter tempo para aplaudir estas medidas. Eu acho isto do choque tecnológico aplicado aos centros de saúde o máximo. Eu até marcava já uma consulta não fosse o facto de eu fazer parte do grupo de um milhão de portugueses que NÃO TEM MÉDICO DE FAMÍLIA.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Husband swap


A dona Maria Braselina nem queria acreditar quando viu que o homem que lhe entregaram em casa não era o mesmo a quem ela se tinha entregue perante Deus. Mas acabou por acreditar, ao fim de muitas, mas mesmo muitas, dicas.
Segundo relatou a própria aos jornalistas a neta já lhe tinha feito sinal a avisar que aquele não era o avô mas ela nem ligou. Ora, aqui falta informação, porque numa notícia o detalhe é tudo. Ou acham que é em vão que me chamo nitpicker?
Que tipo de sinal terá sido esse? Uma piscadela de olhos? Um fungar seguido de tosse fictícia? Linguagem gestual porque a avó ouve mal? (que ela vê mal é conclusão fácil de tirar). Penso que não. A ver pela pouca atenção que a dona Maria prestou à neta só pode ter sido uma coreografia de gestos como aqueles que os jogadores de “baseball” são exímios a executar. O que é certo é que não acreditou nela. Afinal a miúda tem só 12 anos e parece que na família a capacidade para reconhecer o próprio avô só chega mais tarde, junto com a capacidade jurídica e a capacidade de atar os atacadores sem ficar com um dedo preso. Isto para as meninas porque para os meninos o que vale é a capacidade de fechar o fecho “éclair” das calças sem ficar com a ...hmm...”there’s something about mary” entalada.
Mas dona Maria continuava com a pulga atrás da orelha. E um elefante à frente dos olhos a julgar pela dificuldade em perceber que aquele não era o seu homem. A desconfiança adensou-se quando viu a cara esfacelada. Façamos um exercício: fechemos os olhos e imaginemos a dona Maria, vergada sobre a maca, a alguns centímetros do rosto daquele homem, a desconfiar em silêncio, enquanto cofia o queixo: ” Hmm, este não parece nada o meu Zé. Ouve lá, põe lá a cara de lado. Agora do outro. Hmm... Há aqui qualquer coisa que não tá bem... Oh Carina, traz aí uma fotografia do avô”.
Mas como a cara não lhe revelava informação suficiente virou-se para os pés e fez-se luz. Ou alguém acendeu a luz, vá lá saber-se. Quando somos levados a pensar que o sr. Raposo terá nos pés alguma marca de nascença ou uma unha encravada que o diferencia de qualquer outro utente do SNS descobrimos que é a ausência de meias que tudo esclarece. É normal. Eu não sou casada mas calculo que uma mulher até pode não reconhecer o marido quando o olha olhos nos olhos mas uns pés nús disspam qualquer dúvida. Foi então que dona Maria desbafou: “Que me caia já aqui um velho de Anadia se este não é o meu marido”.
Dona Maria tinha há dias visto o José Rodrigues dos Santos, no Telejornal, a falar de uma moda entre casais chamada “swing” mas nunca imaginou ver-se nessa situação, ainda para mais sem a parte divertida. E a calma que até aí tinha exibido desapareceu: “O senhor que estava na maca ainda me agarrou na mão e disse: ‘Tens a mão tão fria!’ Aí é que fiquei passada e disse ao bombeiro: ‘Leve-o daqui por favor que ele não é o meu homem!’”. Presume-se que foi o tom delicado do falso marido que o traiu. Zé Raposo nunca usaria tanta cortesia. “F***-se, que tens as patas geladas” teria sido o comentário se se tratasse do amor da sua vida.
A família não quer apresentar queixa porque já teve “chatices suficientes” mas dona Maria teme que o marido “ganhe medo ao hospital e não queira lá voltar”. Eu, no lugar do sr. Raposo não teria medo de voltar ao hospital. Mas com uma família destas eu teria medo, muito medo, de voltar para casa...

Tejo's Eleven

Lembram-se deste post? Pois parece que afinal não é preciso esperar por Novembro de 2008 para dizer que Vasco Pulido Valente se enganou. Mitt Romney, um dos candidatos do GOP à presidência dos EUA, acaba de abandonar a corrida à nomeação republicana. A aposta com Mário Soares era um almoço e eu quero aqui sugerir onde deve o repasto ter lugar: naquele restaurante no alto do parque Eduardo VII, chamado Eleven. Ouvi dizer que é um restaurante de luxo, com vista panorâmica sobre Lisboa e onde se consegue beber uns vinhos jeitosos por três mil euros. Acontece que o terreno onde a tasca está instalada pertence à Câmara Municipal de Lisboa e os coitados dos 11 sócios (onde se inclui José Miguel Júdice, aquele senhor que, juntamente com Marinho Pinto são assim uma espécie de Tyson/Holyfield da advocacia tuga) têm de desembolsar 500 euros de renda todos os meses, que correponde ao valor médio de uma refeição para duas pessoas. Quanto cabe a cada sócio pagar? Como diria Guterres, “ é fazer as contas”. Mas ao contrário de Guterres, eu sei fazer as contas. Isto dá a astronómica quantia de 45,45€ a cada sócio.
Eu até tenho a sorte de ser uma solteirona a viver com a mamã por isso não pago renda. Mas imagino como deve ser difícil largar 500€ todos os meses. Imagino porque tenho uma amiga que paga isso por um T0 em Lisboa.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Why I Love America



Nao sei quem é aqui o verdadeiro artista: se Barack Obama, se quem escreveu o discurso (caso não tenha sido o próprio) ou o autor da ideia de o transformar em canção (ou devo antes dizer, hino?). É um trabalho da autoria de Will.i.am, dos Black Eyed Peas, e conta com a participação de Scarlett Johansson, Herbie Hancock, Kate Walsh (Grey’s Anatomy), John Legend, Amaury Nolasco, entre outros. É um “must see video”.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Madam President




"It took a Clinton to clean after the first Bush and I think it might take another one to clean up after the second"


À hora a que escrevo ainda não são conhecidos os resultados da “Super Tuesday” nas primárias norte americanas. Se do lado republicano não tenho preferência o mesmo não acontece do lado democrata. Esta casinha na Sibéria “endorses” Hillary Clinton.
A frase acima proferida e transcrita tem tanto de “sound bite” como de verdadeiro. Os EUA são hoje uma imensa casa desgovernada, sem liderança, a precisar de uma verdadeira limpeza. Hillary Clinton é a pessoa ideal para o fazer. Barack Obama pode vir daqui a uns anos para tratar da decoração.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Eu é que sou o engenheiro

Já lá vão uns meses desde o imbróglio da licenciatura do primeiro ministro. Veio a presidência da União Europeia e suspenderam-se temporariamente as hostilidades. Chegou a tão esperada remodelação mas, mais relevante do que as mudanças que poderá trazer ao executivo, deixa no ar a dúvida: afinal enganaram-se ou não no número de telefone e confundiram os Pinto Ribeiro?
Se estavam com saudades de ver o primeiro ministro entalado é só ler a notícia em destaque na edição de hoje do “Público”. Segundo este jornal, na década de 80 José Sócrates assinou vários projectos de engenharia e arquitectura que não eram da sua autoria. São conhecidas como “assinaturas de favor” mas, enfatizam os especialistas, não constituem crime. São meros esquemas ardilosos para contornar a lei, portanto.
Quem se lembra deste post e quem me conhece sabe que nutro um especial interesse pela construção civil. Não, não é a minha área profissional mas numa determinada fase a minha vida rodopiou à volta de projectos de arquitectura, cálculos de ferro, licenças de construção, câmara municipal , engenheiros e trolhas.
Não acredito que seja preciso ter um passado de tijolo e cimento como o meu para saber que esta prática é corrente em qualquer câmara municipal deste país. E é com muita certeza que digo que esta não é a pior embora isso não a torne menos grave. Porque se é verdade que há muitos engenheiros que assinam projectos que não são seus muitos outros há que são responsáveis pelo acompanhamento da obra e só marcam presença uma vez por mês para lembrar ao proprietário que está na altura do pagamento. Nessa altura pegam no livro de obra, perguntam ao empreiteiro (se ele lá estiver, se não ao primeiro servente que lhe apareça à frente) “o que é que fizeram?”, assina o livro e despede-se sempre a olhar para o chão certificando-se que não leva lama nas botas Timberland acabadinhas de comprar. Entretanto, quando o trolha lhe responde “hoje fizemos bacalhau, amanhã acho que o almoço são iscas”, o senhor engenheiro já não o ouve por causa do barulho do seu Porsche Cayenne.