sábado, 22 de dezembro de 2007

In memoriam

Maria das Dores de Jesus. Foi este o nome que os meus bisavós resolveram dar à sua quarta filha, a minha avó. Maria das Queixas, chamava-lhe a sua habitual farmacêutica. A Maria das Queixas lamentava-se das pontadas mas gabava-se de não saber o que era uma dor de estômago ou de cabeça. Foram 88 anos sem o saber mas os últimos 8, invadidos por uma maldita doença de Alzheimer, foram-na levando aos poucos para mais longe de nós. Sentada ao nosso lado mas cada vez mais longe.
Agora está fisicamente longe. Definitivamente longe.
Perdi a última dos meus avós. Tinha perdido os outros dois aos 13 anos, num espaço de 6 meses. Há 10 anos perdi o meu pai. Olho para trás e vejo cada vez menos gente. Mas quando olho para trás vejo também uma infância plena de recordações daqueles intermináveis verões passados em casa dos meus avós. Julho, Agosto e Setembro a chorar baba e muco nasal com saudades da minha mãe mas recheados de brincadeira, praia, muita praia, e aventuras com a tia mais nova.
Vejo outros natais com a casa dos meus avós abarrotada de filhos e netos e o meu avô a soprar por todos os cantos sem conseguir disfarçar o desconforto de ver a sua rotina tão alterada.
Vejo a cozinha da minha avó e aquela mesa à volta da qual tanto se contou e tanto se ouviu. E aquele forno de onde saíram os mais deliciosos petiscos por ela confeccionados.
Vejo aquele quintal de muro alto para dentro do qual nada se via mas tanto se ouvia: gargalhadas, muitas, noite dentro. Era ver quem conseguia ser mais disparatado. Ganhou a minha tia Irene que, por 500 paus, deu a volta ao lugar com o robe mais ridículo que alguma vez vi.
A minha avó partiu após uma angustiante hospitalização. A vó Dores era velhinha mas era minha, era nossa, e embora quase tenha dado comigo em doida durante esses anos de Alzheimer, vou ter muitas saudades dela. E quero deixar aqui o meu testemunho, aqui na “ternet” como ela lhe chamava e que tanto a intrigava. Dizia-me ela uma vez: “Ouve lá, oh A., então isso da ternet é tão bom, tão bom e não dá para apanhar esse bin Laden?”
O Natal de 2007 vai ser mais triste mas consola-me a recordação de outros natais maravilhosos.
A todos os que por aqui passarem desejo um Feliz Natal e um Ano Novo tão bom que quando um dia se lembrarem de 2008 tenham dele tão boas recordações como eu tenho da vó Dores.


Em memória da vó Dores,
29 de Julho de 1919 – 17 de Dezembro de 2007

sábado, 8 de dezembro de 2007

Mar agitado



Tendo em conta o ambiente que nas últimas semana se tem vivido no blog da “Atlântico”, quando hoje comprei a revista tive medo que ela me explodisse nas mãos.

Anita foi à feira vender e...

Descobri através do arrastão que até há pouco tempo existiu um site chamado Martine Cover Generator que convidava os leitores a fazer capas alternativas aos livros da “Martine” que nós por cá conhecemos como “Anita”. Infelizmente o site foi encerrado a 18 de Novembro depois do simpático pedido da editora Casterman.
O blog português que descobriu esta pérola resolveu participar na paródia e a mim também me apetece. Cá vai o meu contributo:










terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Saint wati?

Schott's Almanac 2008
Your exclusive guide to the year ahead, from saint's days to celebrity birthdays.


June
8 St Medard's day (patron saint of good weather, prisoners, & toothache).

Grande "medard" de padroeiro da dor de dentes me saiu este gajo.

Ora dá cá um e a seguir dá outro...ou talvez não

Em Portugal, à excepção das tias da linha, é quase prática generalizada cumprimentar alguém com dois beijinhos. Mesmo assim quem já não passou pelo embaraço de ficar à espera do segundo enquanto a outra pessoa já está a cumprimentar a seguinte?
Um francês chamado Gilles Debunne resolveu analisar a questão no seu país criando um site (http://www.combiendebises.free.fr/) para tentar resolver o imbróglio e após 18000 votos ordenou por departamentos o número de beijinhos dados.
Para quem acha que isto é um problema irrelevante, não é.
Vou passar o Natal com a minha mãe e a minha irmã. Somos portuguesas mas não vivemos na linha, por isso damos dois beijinhos. Até aqui tudo bem. Na ceia de Natal vão estar belgas e uma francesa. Os belgas dão três beijinhos e os franceses quatro. De cada vez que nos vemos e cumprimentamos instala-se a confusão. Mas este ano já sei o que fazer. Chego lá e digo: “Je suis constipé!”.


P.S. Isto é para ler até ao fim senão ficam a pensar que sou idiota. Não quer dizer que não seja, não quero é que se saiba. É óbvio que esta do “constipé” é uma piada. Para quem não está familiarizado com a língua de Astérix “constipation” em português é “obstipação”.

Zé Agostinho dixit

Ribau diz que "é quase pecado ser da oposição"
“O secretário-geral do PSD veio ontem ao XVII Congresso Regional do PSD/Açores lançar um alerta ao País e dizer que "em Portugal hoje ser oposição é mais difícil do que nunca".


Mais difícil do que nunca? Hmm, mais difícil do que, sei lá, tipo ali entre 1926 e 1974, por exemplo?

Visitantes

Há minutos, onde neste blog se lê visitantes, dizia: 4400. Querem ver que este pessoal andou a passear aqui no estaminé???


segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Maya, ainda perdes o emprego

Vasco Pulido Valente, no "Publico" de domingo:


Porque é que aqui escrevo isto? Por 5 razões:

1ª tive mesmo de escrever porque não sou assinante do “Público” on line, logo não há link disponível;

2ª um almoço não é uma aposta séria. Uma aposta séria era eu apostar aquele apartamento de 40 milhões de dólares que ainda não tenho;

3ª para salientar que em Junho, ou Julho, Mário Soares não sabia quem era Mitt Romney. Eu, que nunca fui Presidente da República, desde Abril que sei quem é Mitt Romney (ou será desde Maio? Ganho eu, de qualquer forma!);

4ª porque espero voltar a falar deste post em Novembro de 2008 só para poder dizer que Vasco Pulido Valente se enganou;

5ª porque se Romney ganhar e eu quiser falar disso, quando for preciso escrever Massachusetts é só fazer “copy paste” porque é uma palavra muito difícil.

Por qué no te callas?


"Presidente venezuelano reconhece derrota no referendo"

Não será suficiente para o calar mas vai andar a falar baixinho por uns tempos.

Open letter to Santa Claus

Meu querido Pai Natal

Espero que esta te encontre bem, cheio de saúde e energia para enfrentar os fatigantes dias que se avizinham, na companhia da sra. Natal, do Rudolph “the red nosed raindeer” e dos manos do Rudy. Não, não é do Giulianni que esse não entra nas minhas preces e, já agora, nas dos Republicanos também não. Pelo menos é o que diz o Vasco Pulido Valente e se ele diz é porque é e se não for ele arranja maneira de dar a volta ao discurso e a malta acaba sempre por achar que ele é que tem razão. Menos o Miguel Sousa Tavares, claro...Onde é que eu ia???
Ah! Meu querido Pai Natal, deves estar a perguntar por que razão só agora te escrevo, ao fim de 34 anos ( e meio!) de existência. Acredita, não foi por acaso. Tenho esta estratégia montada desde Dezembro de 1977, contava eu 4 anos (e meio) de tédio.
Como sabes eu nunca te escrevi a pedir nada. Já agora, alguém deve ter escrito ao longo de vários anos em meu nome. Ou achas que durante anos a fio eu te ia pedir panos do pó e da loiça, copos do “Juá”, taças do Tulicreme (vazias, ainda por cima) já sem contar as centenas de pares de meias e cuecas??? Pelo amor do teu patrão, pá!!! (e não digas que não trabalhas para Ele porque eu não acredito que o Menino J. dê conta do recado sozinho além de que sempre tive sérias dúvidas que ele trabalhasse no dia dos anos dele).
Acho que já percebeste onde quero chegar, não? Claro que sim. Há pessoas que dizem que eu divago muito e levo muito tempo “to make a point” mas não percebo porque dizem isso.
É isso mesmo que estás a pensar. Ao fim de 34 anos (e meio ) de sobrevivência sem pedir nada alambazei-me este ano e prometo que se satisfizeres o meu pedido só te volto a chatear daqui a outros 34 anos. Quando tiver 68 portanto. E, pelo andar das consultas, o pedido deverá ser qualquer coisa como a 7ª prótese dentária e 100 pacotes de Nestum. Nunca comi Nestum nem sei se gosto mas já me garantiram que não é preciso mastigar.
Querido Pai Natal, não quero tomar mais do teu tempo. Vou directa ao assunto, sendo que o assunto tem mais ou menos 1000 m², razão pela qual se não embrulhares eu não levo a mal. Aqui ficam algumas fotos:










Para lá chegares sem enganos marca no GPS o seguinte: 176, Perry Street, New York. É ali na zona de West Village, “a haven for artists, writers, intellectuals and bohemians since the turn of the 20th century”. Mais ou menos como a vizinhança que tenho agora tirando os artistas, escritores e intelectuais.

De notar que se trata de um apartamento. Se eu fosse verdadeiramente exigente pedia uma vivenda. Qualquer coisa assim:









Mas esta já são quase 1400 m² e deve dar uma trabalheira a limpar.

Voltando ao “meu” apartamento não quero que sejas apanhado desprevenido por isso é bom que leves 40 milhões de dólares no saco. Se tiveres 8 milhões extra então nesse caso a vivenda passa a ser uma prenda também muito jeitosa. Não é New York mas paciência. Mas olha que a decoração interior já deixa um bocadinho a desejar por isso as renas que te dêem uma patinha e ajudem a tirar de lá alguns móveis. Se elas começarem a protestar porque é trabalho a mais lembra-lhes que só trabalham uma noite por ano e descansam o resto do tempo. Até o teu patrão só descansou ao fim de 6 dias de trabalho.

Se estiveres mesmo muito ocupado, como prova da minha complacência ficas à vontade para deixares cá em casa o cheque que eu trato do resto. Mas para que não chame muito à atenção não o deixes num envelope. Olha, podes deixar, sei lá, dentro de uma Lancel Baldaquin. Eu depois devolvo-ta quando cá voltares em 2041.

Tenho que admitir que este pedido surge só agora por outra razão. É que não estava fácil encontrar o objecto do meu desejo. E a verdade é que não fui eu que o encontrei. A culpa é de outro blogger que leio com frequência. Se por acaso atenderes ao meu pedido, o que, estou certa, farás, ele receberá o prémio de melhor agente imobiliário da blogosfera portuguesa, profissão que calculo não seja a dele, o que conferiria ainda mais importância à sua atribuição. Assim mais ou menos como se dessem ao Paulo Bento o prémio de melhor treinador.
Meu querido Pai Natal, sei que não vais para novo mas vê lá se percebeste bem o meu pedido. É que se te enganas e me dás isto





asseguro-te que nem o facto de ser em New York te safa e nunca mais trabalho para ti. Quer isto dizer que nunca mais me vais fazer andar nestas figuras:
















terça-feira, 27 de novembro de 2007

sábado, 17 de novembro de 2007

Ask me no questions, i'll tell you no lies

A propósito do acidente com o helicóptero que transportava uma mulher grávida, ontem, nos Açores, lê-se no DN de hoje:

Manobra brusca de 'heli' provoca cinco feridos

“O acidente aconteceu quando dois bombeiros e a equipa médica do Hospital de Angra do Heroísmo (Ilha Terceira) e do Centro de Saúde Velas (São Jorge) já estavam dentro do helicóptero a acomodar Anabela Ávila, grávida de 36 meses, que entrou em trabalho de parto prematuro.”


Se aquele helicóptero transportava uma mulher grávida de 36 meses e ainda assim se considera que entrou em trabalho de parto prematuro, não me parece que a notícia relevante seja o acidente.


Agora, se não se importam, vou mascarar-me de gaja boa e dirigir-me à festa dos 50 anos do meu tio A. Parece que a família lá vai estar toda e eu não vejo a maior parte deles vai para 6 anos. Amanhã venho cá contar-vos quantas vezes tive de responder à pergunta: ”então quando é que te casas?”. Pelo sim, pelo não, já aqui tenho um papelinho com 17 respostas possíveis a essa pergunta. Uma por cada tio/tia e umas extras para algum primo/prima mal casado/a. Espero que não me façam chegar à 17ª resposta. É que não me apetecia nada ter de mandar alguém p’ró ca®@£§o...

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Irgendwann fällt jede mauer*


Passam hoje 18 anos sobre o acontecimento que me abriu os olhos para o mundo. Falo obviamente da queda do muro de Berlim.
A 9 de Novembro de 1989 tinha eu 16 anos e uma embaraçosa alienação do que pelo mundo acontecia. A ausência de conhecimento e de interesse justificava-se e era alimentada pela inexistência de estímulos. Na minha família não imperava a curiosidade intelectual e a incompetência de quem vem há anos dirigindo o ensino em Portugal impediu que, do primeiro ano de liceu ao 12°, a disciplina de história com o seu extenso currículo alguma vez chegasse ao século XX. Nunca a escola me ensinou o que foi a instauração da República, a 1ª e a 2ª Guerras Mundiais, o Estado Novo ou o 25 de Abril. Revolução russa? Guerra civil de Espanha? Meras expressões vazias de conteúdo.
Sabia que havia um muro em Berlim que dividia uma cidade a meio. Porque é que este muro também dividia o mundo? Os porquês ficavam sem resposta.
Hoje a informação está à distância de um click. No final dos anos 80 aqui na minha aldeia estava à distância de uma viagem de autocarro de quase 10 km até à biblioteca mais próxima. Cá em casa o único livro que havia era o “Mestre Cozinheiro” e quanto a jornais só mesmo “A Bola”, de vez em quando e com dias de atraso. Não venho por isso dar lições de história e, menos ainda, divagar sobre a supremacia de uma ideologia.
A 9 de Novembro de 1989 percebi que o mundo, sim, é um lugar estranho. E, como tudo o que nos é estranho, temos que o tentar compreender se queremos sequer alcançar uma ínfima parte da sua complexidade.
Para os que hoje têm 16 anos há um universo de possibilidades de acesso à informação que eu não tinha e por isso me choca tanto o desprezo que a maior parte deles sente pela história. Eu, ao menos, sentia embaraço pela minha ignorância.


*eventually every wall falls

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Eu é que sou o presidente...da câmara

Desde domingo que ando para falar aqui de Ribau Esteves. Para quem não sabe de quem se trata, esclareço que é o presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, município que deve dar uma trabalheira com as suas 4 freguesias, e novel secretário geral do PSD. Se não acompanha estas coisas e é mais dado a imagens fique a saber que é aquele espeto com dentes que por alturas do congresso do partido estava sempre atrás de Luis Felipe Menezes quando havia câmaras por perto, assim à laia de emplastro.
Ribau Esteves, considerado o braço direito de Menezes no partido, veio agora dar uma entrevista onde assume a possibilidade de ser futuro líder do PSD. Um mês e pouco depois da eleição do líder já vem o Eng° José Agostinho (era para ver se soava melhor que Ribau mas não há mesmo nada a fazer...) pôr-se em bicos de pés com a senha na mão a dizer “ a seguir sou eu!”. Eu, que até sou dextra, digo já que com um braço direito assim mais valia a Menezes tê-lo partido no úmero, rádio e cúbito e deixá-lo engessado até ao fim da sua presidência social democrata. Até 2009, portanto.
Mas há mais. Convidado a comentar as declarações críticas de Pacheco Pereira relativamente ao novo líder do partido o agora secretário geral afirma que a posição da actual direcção é “deixá-lo a falar sozinho”. Ao que parece administrar um concelho com três Gafanhas e um São Salvador não lhe deixa tempo para ver televisão, ler jornais ou navegar na internet. É pena. Se o fizesse saberia que se há coisa que Pacheco Pereira não faz é falar sozinho.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Wash your hands and say yeah

“(…)estudo internacional do Conselho de Higiene, que teve como amostra cerca de mil pessoas com mais de 35 anos, que habitam em particular o Norte e Centro de Portugal e Lisboa.(…) Este estudo conclui ainda que metade dos portugueses não lava as mãos depois de espirrar ou tossir”

Tenho lido por aí muitas manifestações de surpresa com o resultado deste estudo. Não percebo porquê. Não sei se já repararam mas metade dos portugueses quando espirra ou tosse é bem capaz de ter as mãos nos bolsos.

domingo, 4 de novembro de 2007

Para o estado de coma falta um bocadinho assim

Na sua crónica de hoje no jornal “Público”, à qual chamou “Paralisia”, Vasco Pulido Valente mostra-se surpreendido pelo facto de 58,9% dos portugueses não conhecerem o orçamento de estado para 2008. A mim espanta-me que 41,1% o conheçam.

Você decide

Para quem tem por hábito passar por aqui e hoje se depara com mais claridade devo explicar que ao fim de quase 9 meses descobri finalmente onde estão os interruptores cá de casa. Dá jeito agora que estamos no horário de Inverno. Aviso desde já que ainda não encontrei o fogão.
Mas não se iludam. Ser distraída não é o meu maior defeito. Tomar decisões, esse sim! De tal forma que nem consigo decidir sozinha de que cor devo pintar as paredes desta casa. Para isso vou precisar da vossa ajuda e tratei já de colocar ali à direita uma sondagem para que os meus ilustres convidados tenham uma palavra a dizer.

Que bem que se está na praia

Meus amigos, como já devem ter reparado a frequência aqui pela Sibéria anda abaixo de pouca. Mas decerto compreenderão que com este Verão extraordinário por terras lusas a ninguém ocorre partir para gélidas paragens. É verdade que tenho passado por aqui “now and then” mas o tempo à minha disposição para pouco mais tem dado do que abrir umas janelas para arejar o espaço.
Hoje, contudo, pese embora o facto de ser domingo, ou talvez por causa disso, passei por cá para fazer umas actualizações, limpar o pozinho e ver a caixa de correio.
No decorrer das limpezas apercebi-me que sou pobre e mal agradecida. A parte do pobre já tinha sido revelada pela ausência de férias nos últimos 2 anos, 3 meses e 16 horas (but who’s counting...). Quanto ao mal agradecida confesso que é defeito que não tenho. Contudo, foi aqui deixado um voto de amizade que passou sem o devido agradecimento. Agora vou ter de me penitenciar. Laurentina, dir-me-às tu como...
Em segundo lugar, neste post onde mais uma vez se remexeu nas memórias de uma infância remota, prometia-se um jantar a quem se lembrasse de Mr. & Mrs. Roper. Muito me surpreende que tu, Okelani, conhecedora que és dos meus dotes culinários tenhas arriscado admitir que te lembras desta série e, em consequência disso, cobrar-me o jantar.
Podemos agendá-lo para daqui a duas semanas porque na próxima tenho a minha reuniãozinha “Tupperware”. Aqui segue a ementa:



segunda-feira, 29 de outubro de 2007

59 minutos

Se me perguntarem qual o meu programa de informação favorito respondo “Sixty minutes”. Se me perguntarem qual o meu político favorito no momento respondo “Nicolas Sarkozy”. Se não perguntarem eu digo na mesma.
Quando seria de esperar que da junção dos dois resultasse um bom momento televisivo, eis que “Sarko, the american” resolve ter um momento “à la Santana Lopes” e deixar Leslie Stahl a lançar perguntas para a atmosfera: “what was unfair?”.
O motivo da saída intempestiva não se prende com a chegada de Mourinho a Paris mas com uma pergunta sobre Cecília, a ex-primeira-dama que nunca chegou a ser. Sarkozy é um político hábil que não tem dificuldades em contornar questões melindrosas mas Cecilia parece ser (foi) o seu ponto fraco.
Se é verdade que concordei com Santana no episódio da chegada de Mourinho ao aeroporto da Portela, penso de forma diferente em relação à atitude de Sarkozy. Dois pesos e duas medidas? Talvez. Mas não só os motivos são completamente diferentes como a importâncoia de um e de outro na cena internacional não é comparável. Reconheço no presidente francês o talento suficiente para se desembaraçar destas situações. O que já me custa é admitir que até os mais profissionais dos programas de televisão não conseguem fugir à cusquice da vida privada.
Se Leslie Stahl tivesse feito o trabalho de casa e estudado bem a pessoa que ia entrevistar teria percebido que não era questão onde devesse insistir quando Sarkozy lhe respondeu a primeira vez que mesmo que tivesse algo para dizer não o faria ali. Basta olhar bem para o presidente francês para perceber que para aquele peditório ele não dava.
Quanto à decisão de revelar as imagens onde Sarkozy chama “imbecil” ao assessor de imprensa pergunto-me se o fariam caso este incidente não tivesse ocorrido. Não creio. Foi mesmo, como se diz lá pela Gália, “revanche”.


sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Em português assim-assim

Uma vez aprovado o Tratado de Lisboa, José Sócrates cumprimentou Durão Barroso com um “Porreiro, pá”. O aperto de mão a Gordon Brown foi acompanhado por um “Cool, shovel”.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

No melhor pano cai a nódoa

"Os negros são menos inteligentes que os brancos". A teoria é defendida pelo conceituado biólogo James Watson, detentor do Nobel da Medicina em 1962 pela descoberta da estrutura molecular do ADN. As suas declarações foram publicadas numa reportagem do Sunday Times e já estão a gerar polémica.
Para o cientista, de 79 anos, "toda a nossa política social é baseada no facto da inteligência dos africanos ser igual à nossa, embora todas as experiências nos digam que não é bem assim". Para completar a sua teoria, James Watson, que é o responsável pelo prestigiado laboratório Cold Springs, acrescenta que "embora desejasse que todos fossemos iguais, quem tem de lidar com empregados negros sabe que tal não é verdade".

Não me fica nada bem chamar idiota a quem já ganhou um prémio Nobel. Por isso não chamo. E só ilustro o post com esta foto porque é a única que tenho nos meus ficheiros. Mas tenho a certeza que o sr. Watson me desculpa. Eu também o desculpo. Embora eu desejasse que todos fossemos iguais, quem tem de lidar com biólogos senis sabe que não é verdade.
O caduco James Watson prepara-se para publicar um livro intitulado “Avoid boring people: lessons from a life in Science”. Que coincidência. Eu estou a escrever a biografia (não autorizada) dele. Vai chamar-se “Avoid prejudiced people: lessons from a life on Earth”.

Presidential considerer

Portugal é um dos maiores apostadores ou talvez o maior no euromilhões. Não tenho a certeza e também não me interessa. Mas com notícias como esta não me surpreende. Mesmo pobres há sempre nem que sejam dois euricos para uma apostazinha. É que para muitos de nós é mais fácil ganhar o euromilhões do que perceber em que medida o défice de 3% é tão bom, mas tão bom (não foi?) que o primeiro ministro até nos dá os parabéns.
Eu apostadora me confesso e quando me fazem a pergunta “o que farias se te saísse o euromilhões” não fujo muito à regra da volta ao mundo e mais uma carrada de banalidades.
Mas o que eu gostaria mesmo era de poder deixar de trabalhar, pegar nas malas e participar numa campanha eleitoral nos EUA. Não sei se isso seria possível nem, sendo possível, como se processaria. Sei que é o que gostaria de fazer. E, até agora, seria na campanha de Hillary Clinton que eu me infiltraria. Sim, até agora. Até há 10 minutos.
Apesar do estado de cansaço em que me encontro tenho a certeza que o “April fool's” não é a 17 de Outubro. Se sexta feira à noite a minha conta bancária ficar maior do que a dívida do filho de Jardim Gonçalves, só me resta fazer uma pergunta: “Mr. Colbert, can i please join your campaign?”






Mais aqui

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Right Brain v Left Brain

http://www.news.com.au/heraldsun/story/0,21985,22556281-661,00.html (*)

Só espero que seja bom sinal o facto de eu a ver girar nas duas direcções. É que não preciso de uma boneca no site de um jornal para me dizer que sou esquisita.

(*) encontrado aqui

Mariza no "Late show with David Letterman"



Parece-me uma bela maneira de levar Portugal pelo mundo. E eu até nem gosto de fado. Mas a voz de Mariza não tem igual.

sábado, 13 de outubro de 2007

A memory a day keeps the doctor away VI



Este é que eu não estava à espera de encontrar…Pago o jantar a quem se lembrar disto.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Where is Wally, i mean, Tiago?

Na capa da revista “Sábado” lemos “Uma semana incrível com os Gato Fedorento”. Para descrever essa semana acrescentam “os caprichos, as parvoíces, os atrasos, a família (...) os imprevistos...”. Nesses imprevistos poderemos incluir a ausência de Tiago Dores da foto de capa?
Ou foi ele quem tirou a fotografia? Cantemos pois com Phoebe Buffay: “smelly cat, it’s not your fault (...) you’re obviously not their favourite pet”.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

A memory a day keeps the doctor away V



Mais alguém se lembra disto ou eu vi televisão a mais quando era miúda?

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Me is the first minister

Apreciadora que sou da língua inglesa corei quando tomei conhecimento da prestação de José Sócrates na conferência de imprensa que se seguiu ao seu encontro com George Bush. Desde a “sympathetic conversation” até às questões do “Middle West” só nos resta tapar os ouvidos de qualquer criancinha que esteja por perto. Mas como para tudo há uma explicação deixo-vos com uma foto tirada à socapa do PC do nosso primeiro:





Depois de esforçada investigação descobri que esta foto corresponde a um video do “You Tube” através do qual Sócrates aprende inglês. O professor é espanhol o que explica muita coisa...Ei-lo:



A respiração profunda do professor não se entende se é porque está tão enfadado como nós ou se é o desespero por não saber falar inglês, evidente quando diz “txomeitos” ou quando pronuncia “wats” quando se refere a “watch”. Quanto à necessidade de soletrar as palavras à medida que as escreve (tôôôôôô-tomate) talvez se deva ao facto de o castelhano escrito ser tão bom quanto o inglês falado.

domingo, 7 de outubro de 2007

Enola what?

Na passada quinta feira, enquanto em terras lusas se engendravam destinos para desfrutar mais um fim de semana prolongado, por terras do tio Sam, concretamente na universidade de Harvard, foram atribuídos os prémios IgNobel. Para quem infelizmente ainda não tomou conhecimento de tal galardão, o nome não deve deixar muitas dúvidas. Estes parodiantes das honrarias suecas são atríbuidos desde 1991 pela revista “Annals of Improbable Research” a descobertas bizarras que “primeiro fazem rir, e depois reflectir” e, para dar um carácter mais solene à coisa, conta todos os anos com a participação de laureados com o Nobel.
Para termos uma ideia das descobertas até hoje premiadas relembro o IgNobel da matemática de 2006, atribuído a Nic Svenson e Piers Barnes, cuja investigação se dedicou a calcular quantas vezes é necessário tirar uma foto de grupo de modo a garantir que ninguém fica com os olhos fechados. Ou, ainda em 2006, o IgNobel da medicina que laureou Francis M. Fasmire pelo estudo intitulado “Termination of intractable hiccups with digital rectal massage”. Pessoalmente, e atendendo às minhas dificuldades com o alvorar, interessa-me a descoberta do prémio de economia de 2005: um despertador que foge e se esconde fazendo com que seja necessário sair da cama para o deter. Perguntam: e o que tem isso a ver com a economia? Tem a ver porque o seu autor, Gauri Nanda, assegura que desta forma os dias de trabalho se tornam mais produtivos.
Podia ficar aqui a enumerar descobertas. Mas onde quero chegar é a uma das que eu mais gostaria de ver concretizada. Falo-vos do prémio IgNobel da paz atribuído este ano ao “Air Force Research Laboratory”, dos EUA, pela descoberta da “bomba gay”. De acordo com os seus criadores esta arma química teria como objectivo fazer com que os soldados inimigos se sintam de tal forma atraídos uns pelos outros que passariam a trocar os tiros por uns beijinhos. Esta é, sem dúvida, a maneira mais hilariante de pôr fim a uma guerra, desde os Monty Python e a sua “funniest joke in the world”, aka “the killer joke”.
Não consigo pensar numa forma mais alegre, e by "alegre" i mean gay, de pôr fim a um conflito bélico. Mas acho bem que esta bomba seja testada antes de ser usada para valer. Tendo em conta as mais recentes declarações do sr. Ahmadinejad, que tal largá-la ali bem no meio do Irão? Mas para ser perfeito, perfeito, era lançá-la de um avião de fabrico americano pilotado por uma lésbica israelita.

sábado, 6 de outubro de 2007

Não há fome que não dê em fartura


Desde o dia 26 de Setembro que a TV Cabo presenteia os seus clientes do pacote “Funtastic Life” com dois novos canais: Fox Crime e FX. Mantém-se, para além destes, Fox Life (agora em sinal aberto) e Fox. No conjunto destes quatro canais podemos ver, entre outras séries, as seguintes:

What else is new?

Ligo a televisão. Seria a RTPN? Não me lembro. A primeira notícia que ouço é sobre Hillary Clinton e termina dizendo que a senadora é acusada de manter o casamento apenas para proveitos eleitorais. A notícia seguinte refere que se conhece mais um caso de “doping” no desporto. Já lá vai o tempo em que se viam as notícias para saber novidades.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Encontr(ã)o conventual

Gosto de silêncio. Preciso de silêncio. Silêncio é, no entanto, o que menos tenho na minha vida. Não, esperem, o que menos tenho é dinheiro, mas vou deixar o peditório para outro dia.
Esta minha busca pela tranquilidade tem sido infrutífera. De tal forma que comentava há dias com uma amiga que iniciou uma viagem espiritual que a única solução que eu encontrava era entrar temporariamente num convento. Assim como se fosse uma espécie de SPA não para o corpo mas para o espírito e com um bocadinho mais de roupa. Garanto-vos que se houvesse por aí um convento com ligação de banda larga eu já teria enviado um e-mail a pedir às manas que me albergassem aí por uns quinze dias. Bastava que me providenciassem uma cela com uma cama e um candeeiro de cabeceira, decoração aliás que me faria sentir como se estivesse no meu quarto cá em casa. Com a vantagem de não ter de ouvir a minha mãe relatar cada movimento que faz (que bela professora de ginástica teria dado...) nem a dona B. a gritar pelo Hugo na rua. Sim, o Hugo ainda me atormenta os dias...
Convencida que estava desta quase decisão leio uma notícia no Times intitulada “Convent shut down after unholy brawl”. Reza (how appropriate...) o artigo que o Vaticano se viu obrigado a encerrar um convento em Itália depois das três freiras residentes se terem envolvido numa pequena rixa. Ao que parece as duas subordinadas fartaram-se do autoritarismo da octagenária Madre Superiora e depois de muito analisarem o sexto mandamento “não matarás" concluiram que este não dizia nada sobre arranhadelas e encontrões. Perante uma reconciliação que se revelou impossível as instigadoras da violência mudaram-se para outro convento enquanto a Madre Superiora, instalada vai para 45 anos, decidiu barricar-se.
Calculo que isto não seja prática conventual corrente. Ainda assim prefiro não arriscar e procurar o tão almejado silêncio noutras paragens. É que para receber umas palmadas só mesmo de uma sexagenária que tenho cá em casa. Mas ela já se deixou disso vai para mais de 25 anos.

Perspectivas

Alguém hoje me disse que há 153 dias que Maddie McCann está desaparecida. A mim preocupa-me mais que a Bélgica esteja há 115 dias sem governo. Perspectivas.

Sporting

Leio comentários ao jogo Dinamo de Kiev – Sporting (1 – 2), de ontem à noite, e embora seja generalizado o reconhecimento do bom desempenho leonino, há os que salientam o facto de o ponto fraco da equipa ter sido o sector defensivo. É compreensível: os defesas* estiveram ocupados a marcar golos.

*Tonel, 14’; Polga, 38’

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Dia Mundial da Música

Philip Glass, "The Hours"



E porque finalmente encontrei uma das minhas cenas preferidas do filme, não resisto a partilhá-la:

domingo, 30 de setembro de 2007

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Qu’é isto???

A melhor homenagem a Marcel Marceau em Portugal está a ser feita neste momento na RTP1, no programa “Grande Entrevista”. Só uma homenagem ao falecido mimo justifica a maquilhagem de Judite de Sousa. Jasus!!!!!!!

Onde é que nós íamos? Agora já não vamos!




Não vi em directo o episódio de ontem de Pedro Santana Lopes na SIC Notícias mas tendo tomado conhecimento do facto hoje tenho que admitir que estou plenamente de acordo com a atitude tomada. E se digo que tenho que admitir é porque não morro de amores por PSL. Mas pelo menos não me sinto só. Qualquer que seja o espectro político e/ou ideológico parece que é unânime o apoio ao “menino guerreiro”.
Santana Lopes nunca se foi embora. Andou sempre “por aí”. Se não fosse parecer tão ardiloso quase chegaria a pensar que PSL aceitou o convite para ontem porque sabia que Mourinho estaria de regresso a Portugal. Qualquer pessoa que veja um mínimo de televisão em Portugal não teria dificuldades em prever que o ce(i)rco se montaria na Portela. E quem veja um pouco mais que o mínimo consegue adivinhar que qualquer emisssão seria interrompida por esse motivo.
O comportamento da direcção de informação da SIC Notícias ao decidir interromper a emissão só não choca por tão banal se terem tornado estes procedimentos. Já a nota dessa direcção chamando “desproporcionada” à decisão de abandonar a entrevista leva-me a sugerir a quem a escreveu que pegue num dicionário e procure o sinónimo de “desproporcionado” e reveja a reportagem. Vá lá, outra vez, vejam a definição da palavra e agora revejam o motivo da interrupção. Repitam o exercício tantas vezes quanto for necessário. Até perceberem.
Pedro Santana Lopes teve um momento infeliz com a metáfora da incubadora em 2004. Mas esta unanimidade hoje em volta dele vale mais que uns bons pontapés no seu caixão.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

In memoriam

"I’ll lend you for a little while
A child of mine“ God said –
For you to love the while he lives
And mourn for when he’s dead.
It may be six or seven years
Or forty two or three
But will you, till I call him back,
Take care of him for me?
He’ll bring his charms to gladden you
And, should his stay be brief,
You’ll have his nicest memories
As solace for his grief.
I cannot promise he will stay,
Since all from earth return
But, there are lessons taught below,
I want this child to learn.
I’ve looked the whole world over,
In my search for teachers true,
and from the things that crowd life’s lane
I have chosen you.
Now will you give him all your love,
Nor think the labour vain,
Nor hate me when I come to take
This lent child back again?
I fancied that I heard them say,
”Dear Lord Thy Will Be Done“
For all the joys thy child will bring
The risk of grief will run.
We’ll shelter him with tenderness,
We’ll love him while we may,
And for the happiness we’ve known
Forever grateful stay.
But, should thy Angels call for him
Much sooner than we planned,
We’ll brave the grief that comes
And try to understand.


Poema de autor desconhecido


Em memória do A. (6 Set. 1978 - 14 Set. 2007)

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Be careful what you wish for

Acho que esta foto é a prova que não houve agressão. Reparem no polegar de Scolari. É óbvio o que se passa ali. Filipão diz a Dragutinovic: “É pá, espera que tens aí uma pestana. Pede um desejo”.


Sem titulo

Scolari deve ser castigado pelo seu comportamento. Qualquer treinador ou jogador de futebol com atitude semelhante não deve ficar sem castigo. A impunidade é prerrogativa exclusiva dos árbitros. Esses são os únicos que continuam a não pagar pelos erros crassos que cometem.

Vou...não vou...vou...não vou...

“The governor of Ulyanovsk region in Russia is offering prizes to couples who have babies in exactly nine months - on Russia's national day on 12 June.Sergei Morozov wants couples to take the day off work to have sex.(…)Mr Morozov has declared Wednesday "family contact day" as part of efforts to fight Russia's demographic crisis.”

Há tanta coisa nesta notícia que pode dar origem a piadas. Mas como agora tenho pouco tempo vou só deixar um recado ao sr. Morozov. O senhor não pensou num pormenor muito importante: os nascidos a 12 de Junho serão nativos de Gémeos. Como nativa de Gémeos que sou permita-me que lhe diga que isso não augura nada de bom para o futuro da Rússia. É que não há gente mais indecisa. Eis o início do dia de um geminiano:

“Tenho que ir comprar pão. Se calhar não vou. Tenho de ir. Mas ontem sobrou tanto pão. Podia fazer torradas. Gosto de torradas (a). Só com um bocadinho de manteiga. Não, com compota é melhor. Não sei se me apetece torradas. Acho que vou comprar pão. Gosto de pão fresco. Não me apetece ir à padaria. O pão de ontem não está assim tão duro. Podia aquecer só um bocadinho, em vez de torrar. E se calhar até fica bom com manteiga. Não sei se me apetece com manteiga. Com compota é melhor. Se vou comprar pão fresco agora e não o como todo amanhã tenho mais sobras. Posso sempre fazer torradas. Gosto de torradas...” Reiniciar em (a)!

No meu caso específico, que além de indecisa escolho sempre a pior opção, quando finalmente decido não ir à padaria, este monólogo acaba assim ao abrir a caixa do pão: “F***-se, afinal não há pão nenhum cá em casa!!!”

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Gimme Gimme...sei lá, talento?

Tenho alguns medos na vida, admito. Um deles é o de perder a noção do ridículo. Apercebi-me disso uma vez na praia enquanto observava uma senhora francesa com mais de 90 anos a tentar banhar-se no rebentar das ondas. O facto de o mar estar muito calmo naquele dia, com rebentação quase inexistente, devia ter sido indicação suficiente para ela não abandonar a toalha.Lembro-me que pedi a quem estava comigo para me salvar se alguma vez me visse em situação semelhante.
Esse medo do ridículo regressou à minha mente quando nas minhas incursões internautas encontrei o vídeo de Britney Spears na última cerimónia dos “Video Music Awards”. Se vos incomoda ver pessoas a fazer figuras tristes passem à frente.



What Was Britney Spears Thinking? - For more amazing video clips, click here


É lamentável que Britney não tenha ninguém no seu “staff” com noção de ridículo.
Quando vi isto a primeira vez os comentários giravam à volta da má forma que a ex-Mrs. Federline apresenta. Oh meus amigos, se alguém vê isto e só nota os quilos a mais e o ginásio a menos, está com alguma dificuldade de análise.
Não pretendo candidatar-me a nenhum lugar numa "tertúlia" mas não resisto a pensar como é possível que ninguém tenha antevisto o desastre que se aproximava, sobretudo quando se anunciava o seu (tão esperado?) regresso.
Pessoalmente acho que isto foi a segunda melhor coisa que aconteceu no mundo da música nos últimos anos. A primeira ainda está para acontecer que é o João Pedro Pais anunciar que vai ingressar numa ordem religiosa. Vou justificar a primeira afirmação porque a segunda não precisa. É que isto significa o fim definitivo da carreira da Britney.Depois disto não há fã que aguente (só vai sobrar aquele que diz que correu mal porque ela partiu um salto).
Britney Spears apresentou-se em palco com uma peruca mal amanhada, com um biquini que ficaria melhor à senhora francesa supra citada e “dançou” com a graciosidade de um elefante. O “play back” foi tão mau que quase parecia que a rapariga estava a ser manobrada por um qualquer ventríloquo. Rígida como se apresentou de facto mais parecia que tinha algo enfiado pelo .. acima! Até o “Donaltim” tem melhores performances. Aliás, até eu sob o efeito do Atarax conseguia estar menos atordoada.
Ah, e já agora, a canção é uma merda...pardon my french.

A memory a day keeps the doctor away IV

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Coisas que se ouvem por aí IV

Hipermercado Continente, secção dos iogurtes:

- Espera aí, tenho que ir buscar iogurtes da Sveltesse.
- Svel quê? Sveltejo*?


* não confundir com Svelsado, com sabor a sardinha.

Extreme makeover

ANTES
DEPOIS


Não mudou mas há-de mudar

Não sou grande entusiasta das correntes que de vez em quando invadem a blogosfera mas participo. A última de que tive conhecimento ficou conhecida como “os 10 livros que não mudaram a minha vida”. Ninguém me convidou a participar mas apetece-me. É só um livro, em vez de 10, mas tenho-o cá em casa há dez anos por isso também deve contar. É este o livro que não mudou a minha vida:


Cozinha Tradicional Portuguesa, de Maria de Lurdes Modesto

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Good moaning!

Não vou dizer qua a imprensa inglesa assumiu as dores dos McCann e quer a todo o custo descredibilizar não só a investigação da PJ como tudo o que neste momento tenha a ver com Portugal. Mas não será de mais pedir algum rigor quando citam os jornais portugueses e se referem ao DN como o “Diario de Noticia”. Estou a ser picuinhas já sei. Afinal falta só um S. Então e que tal “Correro del Manho”? Também seria irrelevante se chamássemos “The Sin” ao “The Sun” ou “Dairy Mirror” ao “Daily Mirror”?

CSI? Não, ASAE

A ASAE atacou a noite no Porto e no Algarve. A ASAE meteu o nariz nos livros escolares. A ASAE marcou presença na Expo do Sexo em Portimão. A ASAE também apreendeu 801 pares de Crocs® contrafeitas (infelizmente não podem apreender as que ja estão nos pés dos portugueses...)
Quem é responsável por estas coisas parece ter encontrado na ASAE a solução para todos os problemas em Portugal. É por isso que digo: ASAE à Praia da Luz, já.

Desta é que é

Quando aqui disse que estava quase a chegar não previa o pequeno incidente de ser atormentada por uma alergia cutânea que me tem afligido nas duas últimas semanas. Para aqueles que pensam que é coisa de somenos asseguro-vos que ver borbulhinhas a crescer pelo corpo a um ritmo diário significativo e não saber a razão incomoda. Mas incomoda muito mais a comichão. Mas pode ficar pior, acreditem. Basta ir ao atendimento complementar do centro de saúde e sair de lá com uma receita de Atarax e a indicação de poder tomar 3 por dia. Já o fizeram? Pois não façam. O resultado foi a primeira e única pedrada da minha vida. Que moca, meus amigos! E não, passar a tomar apenas 2 por dia não diminui o estado letárgico. Vantagem? Incapacidade para trabalhar ao ritmo normal e noites maravilhosamente dormidas.
Mas hoje, corrigida que foi a medicação depois de mais uma ida ao médico e descoberta que foi a causa da alergia estou de volta e, espero, com alguma regularidade.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

domingo, 26 de agosto de 2007

domingo, 5 de agosto de 2007

(E)missão interrompida

Não, não são as férias como parece ser apanágio da blogosfera nesta altura do ano. A “season” é “silly” e eu também devo ser senão não estaria a trabalhar com temperaturas destas.
O trabalho é muito, a família está completa e, como é hábito dizer-se, quem muitos burros toca algum fica para trás. Por isso este blog interrompe aqui a emissão (verdade é que já tinha interrompido há mais de uma semana) sem data definida para o seu regresso. Boas férias para todos os que podem ter esse privilégio.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Songs of mass destruction



Este é único motivo que me faz querer que o tempo passe depressa. O quarto álbum a solo da ex-vocalista dos Eurythmics, Annie Lennox, está previsto para Outubro, no Reino Unido. Não sei quando chegará a Portugal mas seria das primeiras da fila se houvesse uma.
Adquiri o primeiro álbum dos Eurythmics quando tinha 12 anos (“Revenge”) e desde aí, já lá vão 22 anos, sou fã incondicional. E digo incondicional porque o que quer que os Eurythmics ou Annie Lennox façam eu gosto antes mesmo de ouvir. Tenho toda a discografia à excepção de “1984”. Imperdoável, é verdade, mas é lacuna que espero resolver brevemente.
Este novo trabalho da “diva” inclui uma faixa (“Sing”, uma espécie de hino feminista) que conta com a contribuição de 23 mulheres do mundo da música como Melissa Etheridge, Madonna, Sarah McLachlan, Celine Dion, Stacy Ferguson, Faith Hill, Pink, Dido, Gladys Knight, kd lang, Bonnie Raitt, Shakira, Joss Stone e KT Tunstall. São muito boas notícias.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

A memory a day keeps the doctor away III



Como podem ver por aqui ainda se anda a mexer no baú das memórias. Esta é provavelmente uma das melhores músicas de sempre de um genérico.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Yves Leterme

Ao contrário da maioria dos blogs que por esta altura anunciam o abrandamento da “postagem” por irem a banhos, por aqui também será menos frequente a minha presença, mas pelo motivo oposto. O trabalho aperta e não deixa tempo para mais nada. Mas o meu pouco tempo não pode servir de desculpa para passar ao lado do acontecimento de que só hoje infelizmente tive conhecimento.
Numa altura em que no maior partido da oposição não se vislumbram candidatos que possam fazer frente ao actual presidente e tendo em conta que nos últimos anos é opinião generalizada que em Portugal não se consegue fazer a renovação da classe política, vale a pena olhar para a Bélgica. Este vídeo é um mimo:



O futuro primeiro ministro, que não sabe o que se comemora no feriado nacional e que, quando lhe é pedido que cante “ La Brabançonne” (hino nacional belga) se sai com “La Marseillaise (hino nacional francês), nem sequer é o único, como poderão ver no vídeo.
Até o Jerónimo de Sousa era capaz de melhor.

domingo, 22 de julho de 2007

Os Cinco ( versão governamental )

No dia em que coloquei o vídeo de " Os Cinco” fiquei a pensar que há outros “Famous Five” que merecem que lhes dediquemos uma cançãozita. Servindo-me da mesma música do genérico de “Os Cinco” aqui ficam a versão original e a nova dedicada aos nossos “Famous Five”, com quadro a acompanhar:





VERSÃO ORIGINAL

Where ever there's adventure to be found
Just a clue or a secret message
bring the Famous Five around.
When ever there's a mystery to be solved
up in the ruined castle
or down in Smugglers Cove.

We are the Famous Five
Julian, Dick and Anne, George and Timmy the Dog.
We are the Famous Five
We're coming back to you
Whenever there's time
Time after time.


VERSÃO ADAPTADA

Where ever there’s an opinion
to be told
just a comment or secret thought
bring the Famous Five around
What ever you say outside your house
whether you’re a teacher from DREN
or the author of a blog

We are the Famous Five
Zé, Lurdes and Tó, Gusto
And Pinho the Clown
We are the Famous Five
we’re coming after you
where ever you are
who ever you are

sexta-feira, 20 de julho de 2007

A memory a day keeps the doctor away II

Ó trintões, digam lá há quantos anos é que não viam isto...




E como é fim de semana e eu sou a generosidade em pessoa aqui fica mais uma preciosidade (ainda bem que não tenho filhos, senão como é que lhes explicava que cresci a ver isto e até gostava...):

quinta-feira, 19 de julho de 2007

A memory a day keeps the doctor away

Viver a infância no final dos anos 70 e princípio dos 80 significou para mim muita brincadeira de rua e alguma televisão. Digo alguma e não muita porque não se pode aplicar esse advérbio quando se cresce com dois canais. Mas à conta de uns pais que trabalhavam “twenty-four/seven” vi tudo o que havia para ver, mais fiel a uns programas do que a outros. Nos casos de fidelidade inabalável a corrida para o sofá iniciava-se com os primeiros acordes do genérico. Deixava-se a meio não importa que actividade assim que uma de nós avisava “está a dar a música”. Esta frase foi ao longo da minha infância proferida quase tantas vezes quanto esta: “niiiiiittttttttttt*, vai buscar o jarro da água”.
Por isso dá-se hoje aqui início a uma nova rubrica dedicada aos genéricos dos programas das nossas vidas. Quem é que não se lembra disto?





* o meu “petit nom” não é nit, mas é foneticamente parecido. Foi só para garantir veracidade à história.E o jarro da água é uma "private joke" que espero não levem a mal :-)

The Great Woody

"I am plagued by doubt. What if everything is an illusion and nothing exists? In that case, i definetly overpaid for my carpet. If only God would give me some clear sign! Like making a large deposit in my name at a Swiss bank."

COMPLETE PROSE, "Selections from the Allen notebooks", Without feathers

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Ecooooooo

Achei que Sócrates gritou mais no discurso de vitória de António Costa do que quando ele próprio ganhou as legislativas. Seria para que os portugueses de Celorico de Basto, Teixoso ou Alandroal o ouvissem lá longe? Não era preciso, ó sô engenheiro, eles estavam ali mesmo à sua frente!

Não é profeta, será mago?

Ao contrário de muitas pessoas, e ainda mais contra o que de mim pensa quem me conhece, gosto quando descubro que estava enganada. Porquê? Porque não raras vezes prova, primeiro, que eu não dispunha de informação suficiente para sustentar a minha opinião e isso leva-me a procurar saber mais; segundo, prova que não sou de ideias fixas e tenho a versatilidade suficiente para mudar de ponto de vista.
Não é, contudo, o que me acontece em relação a José Saramago. Quando ouvia só falar de Saramago, achava que não gostava dele. Quando o fiquei a conhecer melhor, sobretudo do ponto de vista ideológico, fiquei mais certa de que não gostava dele. Quando ele ganhou o Prémio Nobel, como nunca tinha lido nada da sua autoria (embora tivesse tentado) não me pronunciei, embora achasse que não gostava do que ele escrevia. Quando finalmente li um dos seus livros (lamento, mas recuso-me a ler mais algum), fiquei absolutamente segura de que não gostava do que ele escrevia. Mas perante a importância de tal prémio continuei a achar que era eu que estava errada em não gostar dele.
Mas desta vez não me enganei e qualquer probabilidade de vir a gostar dele esfumou-se ontem com a entrevista de Saramago ao Diário de Notícias. Hoje digo, com absoluta certeza e a título definitivo: eu não gosto dele!


P.S. Na frase em que Saramago diz: ” Provavelmente [Espanha] teria de mudar de nome e passar a chamar-se Ibéria” eu leio “Provavelmente [Saramago] teria de mudar de nacionalidade e passar a chamar-se espanhol.”

domingo, 15 de julho de 2007

Câmara Municipal de Lisboa

Numa cidade perto de si, em exibição nos próximos dois anos.


O que faz falta é animar a malta

Asseguram-me que viram este autocarro a largar apoiantes à porta do hotel Altis.



quinta-feira, 12 de julho de 2007

Night fever


As outras maravilhas

Porque Portugal é mais do que aquilo que os votos por sms das maravilhas pode fazer crer, vale a pena passar por aqui os olhos e os ouvidos. A referência encontrei-a aqui.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Game, set, match

Caríssimo leitor, se não gosta de desporto em geral e ténis em particular, então é melhor ir ver televisão. Mas aviso já que não o espera nada melhor: o Daniel Oliveira atrás da porta n° 1, o Graciano atrás da porta n° 3 e a sô dona Júlia atrás da porta n° 4. Neste cenário se estiver a bota Botilde atrás da porta n°2 é um grande prémio.
Não pratico desporto por falta de tempo. Há uns anos atrás ainda tinha umas horas semanais para ginásio mas hoje nem isso. Permanece contudo o apreço pelo desporto enquanto espectadora. E na qualidade de espectadora a temporada desportiva de verão acabou no domingo com a final masculina do torneio de Wimbledon.
Tenho acompanhado futebol ao longo da vida ao ponto de preencher cadernetas de cromos quando era miúda, com particular preferência pelas de caricaturas. Quem sobrevive às caricaturas do Manuel Bento e do Frasco e dos seus respectivos bigodes está preparado para tudo. Mas à medida que a desilusão com o futebol, para o que as caricaturas em nada contribuiram, se ia instalando, crescia o gosto pelo ténis.
Como não venho de uma família de betos nunca joguei ténis nem tive quem me explicasse as regras. Só para avisar que esta é a perspectiva de alguém que nunca praticou a modalidade e que aprendeu tudo o que sabe à custa de horas infindáveis em frente à televisão e a copiar o desenho de um “court” a partir de uma enciclopédia. Portanto se estão à espera de teses sobre “amorties” e “passing shots” é melhor procurar noutro lado.
Quando alguém diz que "detesta os aficionados do ténis" eu quase penso que me detesta a mim. Mas depois recupero a auto estima que nunca tive porque isto de aficionado é coisa de tourada e eu nunca gostei de homens em “collants”.
Não percebo como é que se pode achar que “o ténis é uma ritualização do combate levada a um extremo absurdo, porque não há contacto físico entre os jogadores”. Eu não vejo isso como uma coisa má. Sou uma mulher jovem, tenho as minhas fantasias, mas ver o Nadal e o Federer aos abracinhos e apalpões não é uma delas. E se “no ténis ninguém se lesiona por causa do adversário” eu não me importo. O meu conceito de desporto não inclui ver os participantes saírem de maca. Se eu quiser ver isso pego no carro e dou umas voltinhas pelos caminhos de Portugal, la la la la la ...
Não concordo de todo que “até a Fórmula 1 consegue ser menos entediante”. Eu consigo aborrecer-me em frente a um televisor durante duas horas a ouvir v v v v v v v e a ver carros a passar pela meta várias vezes mas só depois de passar mais de 50 vezes é que parece que vale.
O post que aqui estou a citar foi escrito por um homem. E deve ser heterossexual. É o que se conclui depois de ler isto: “o ténis é um desporto sinistro. Sinistro, sim. Como se explica que os jogadores de ténis sejam em regra muito mais giros do que os praticantes de outras modalidades”.Isto só tem mesmo desculpa, lá está, porque foi um homem que escreveu. Um homem que obviamente percebe muito mais de ténis do que eu mas não percebe nada de beleza masculina. Roger Federer não é um homem bonito e Rafael Nadal ainda menos. Isto para falar nos que estão na berra, porque exemplos de trambolhos no ténis não faltam: Guillermo Coria, Jim Courier, Nikolay Davidenko, Ivan Lendl, Wayne Ferreira, Leyton Hewitt, Petr Corda, Gustavo Kuerten, John McEnroe. E isto é só uma amostra. Sim, há Alex Corretja, é verdade, mas não quero falar dele porque não se deve misturar deuses com temas profanos.
Mas há mais: “O ténis é também o único desporto que sai beneficiado sempre que falta o som”. Pois, calculo que a Fórmula 1 sem o v v v v v v v constante perca a pica e o futebol é muito mais interessante com som, em especial quando os comentários são do Gabriel Alves. Ou, melhor ainda, quando os microfones estão estrategicamente colocados junto ao banco de suplentes e nós podemos disfrutar dos cara**** e fo**-** tão efusivamente proferidos. É poesia para os ouvidos.
E por falar em poesia, onde é que para além do ténis podemos encontrar uma modalidade desportiva com a pontuação a usar o termo “love”? Simplesmente amoroso!
Hoje aprendi contudo uma grande lição: “nunca escrevas um post em reacção a outro sem leres o primeiro até ao fim”. Isto vai passar a ser uma espécie de mandamento. Mandamento que se eu tivesse seguido tinha chegado à frase decisiva em que o autor assume ser “um sportinguista de esquerda [que] frequentou as escolas de ténis do Benfica”. Como já terão reparado a única palavra correcta aqui é “sportinguista” que peca apenas por não estar escrito em maiúsculas, a bold, sublinhado e com estrelinhas à volta. Mas aquela frase explica tudo.
Agora, para quem acha o ténis entediante, é só sintonizar a Eurosport ou a RTPN que estão a passar aquele momento verdadeiramente empolgante do desporto mundial chamado “Tour de France”.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Jorge Palma

Está de volta o grande génio da música portuguesa, Jorge Palma. Fiquem com “Encosta-te a mim”, do seu mais recente álbum, “Voo nocturno”. Este vídeo é de uma simplicidade tão ternurenta que prova que não é preciso muito para criar momentos de excelência.





Tudo o que eu vi
Estou a partilhar contigo
O que não vivi
Hei-de inventar contigo
Sei que não sei
Ás vezes entender o teu olhar
Mas quero-te bem
Encosta-te a mim

"O Insurgente"

Acaso não tenham reparado este estaminé atingiu ontem o pico de visitas desde a sua criação. Isso tem uma explicação da qual me orgulho: a existência de um link para o post “Incongruências”, no blog “O Insurgente”, a quem agradeço o destaque.
Se a blogosfera fosse futebol eu diria que “O Insurgente” joga na “Champions League”. É um blog que acompanho há muito tempo e que muito aprecio. Agora trouxe até aqui muitos visitantes. Por esse motivo fica aqui declarado o 9 de Julho feriado no “Uma casa na Sibéria”. Voltem sempre.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Cuidado com as imitações

Eu hoje acordei assim...®

Isto é brincadeirinha. Eu acordo todos os dias assim.

A torre dos Clérigos à vossa esquerda

Fernando Negrão andou a fazer de guia turístico em Lisboa? O mesmo Fernando Negrão que confundiu EPUL com EPAL com IPPAR? What a ride that must be!

"Good moaning!"

Lembram-se das dúvidas quanto ao exame de inglês técnico do primeiro ministro (vénia) suscitadas aqui há um tempo atrás? Essas dúvidas foram dissipadas com a tentativa de José Sócrates (vénia) se exprimir em inglês ao lado de Gordon Brown. O que se ouviu saiu atabalhoado e a pronúncia faz José Mourinho soar a Alex Ferguson.
E nem vos conto o que me passou pela cabaça quando andava aqui por casa e ouço o nosso chefe de governo (vénia) utilizar na mesma frase “the important is to do the job quickly” e “mandate”. Como o meu inglês não é muito bom confundi "mandate" com "date a man". E quando ouvi "job" pensei que era... desculpem mas tenho ali um refugadinho que está a começar a pegar.

O Querido Líder

Não sei se vou poder acompanhar o debate de hoje à noite, na RTP1, com os 12 candidatos à câmara municipal de Lisboa. Mas a ver pela introdução não se deve perder grande coisa. No início do Telejornal Elsa Marujo entrevistou aquele senhor que esteve fechado num desses “reality shows” da TVI e que agora é candidato e perguntou-lhe qual o maior problema da cidade de Lisboa. A resposta foi “a moralização da sociedade civil”. Rematou depois dizendo que “as pessoas estão desmoralizadas”. É só uma confusãozita de raciocínio, até porque garantiu à jornalista que não estava nervoso.
Para fazer esquecer um disparate nada como dizer outro. O sr. Câmara que quer a câmara distinguiu a falta de liderança: “ sem líder ficamos tristes”. Deve ser por isso que os coreanos andam sempre tão contentes.

domingo, 8 de julho de 2007

Diário de um morangueiro, dia 1

O meu morangueiro está dentro de um vaso. O vaso tem terra. O meu morangueiro tem 6 tronquinhos e cada tronquinho tem 6 folhinhas. As folhinhas são verdes. Duas delas estão roídas mas não fui eu porque me explicaram que tenho que esperar que “o” morango nasça. Num desses tronquinhos há um rebento. Não sei se esse rebento vai dar origem a mais tronquinhos ou a mais folhinhas. Mas prometo que quando souber venho cá contar. Mal posso esperar para descobrir!

História de um morango

Este post vem na sequência de um comentário deixado no post anterior (“incongruências”) por um cavalheiro do Canadá. Para quem não se quis dar ao trabalho de tentar perceber ou tem mais que fazer, o Sr. Wheatgerm deve ter pensado que isto aqui era uma chafarica espanhola. Vai daí visitei o blog dele (era esse o objectivo...) para explicar que isto é português e deparei-me então com aquilo que penso ser uma “blogostufa”. No meu comentário de resposta menciono um morangueiro que ontem me foi carinhosamente oferecido. Aposto em como pelo menos três dos meus leitores, conhecedores que são dos meus conhecimentos botânicos, muito próximos aliás dos meus conhecimentos culinários, pensaram logo que era treta. Eis a prova:


Incongruências

"José Sócrates assobiado"

"O primeiro-ministro José Sócrates foi a personalidade mais vaiada da noite. Pouco antes da banda da GNR interpretar o hino, Sócrates surgiu nos ecrãs da Luz, ladeado por Cavaco Silva. A reacção do público foi imediata e os assobios ensurdecedores. "


"O público presente no Estádio da Luz manifestou-se à medida que as candidatas iam surgindo nos écrãs. Entre os preferidos estavam Machu Picchu (Perú), Stone Hedge (Grã-Bretanha) e o Taj Mahal (Índia), os três bastante aplaudidos.
Já a Estátua da Liberdade (Estados Unidos da América) não teve a mesma sorte. A reacção dos presentes - a candidata foi muito assobiada - já fazia antever que o monumento norte-americano não iria estar na lista das novas 7 Maravilhas.
"


Pensando bem, estes governantes e estes governados, se calhar até estão bem uns para os outros.