quarta-feira, 20 de junho de 2007

Pastoral automobilística

Há coisas na vida que me irritam. Não, não falo só no anúncio da TvCabo das meninas “trrrim trrrim”. Falo daquelas pessoas que, não tendo mais que fazer, se dedicam a dissertar sobre assuntos dos quais não percebem pevide. Assim como eu quando começo a falar sobre confecção de alimentos, vulgo, como se diz...hmm...cozinhar!
Vem isto a propósito do mais recente “hobby” de Sua Santidade o Papa Bento XVI. Ali mais ou menos entre uma beatificação e a nomeação de um cardeal, deve o Santo Padre ter-se deparado com algum tempo disponível e, vai daí, resolve que deve competir ao Vaticano instituir os 10 mandamentos da condução automóvel. Calculo que isto se deve ao facto de não ter por perto um livrinho de “Sudoku” com que se entreter.
A notícia consta da edição “online” de hoje do Times para quem não acredita. Para quem não se quer dar ao trabalho de ler, eu conto.
Trata-se de um documento de 58 (!) páginas intitulado “Guidelines for Pastoral Care of the Road” onde se aconselha os automobilistas a conter a sua raiva na estrada, a respeitar os direitos dos peões e a fazer o sinal da cruz antes de arrancar. Esta última, se calhar, tendo em conta como se conduz em Portugal, é capaz de não ser má ideia. Recomenda-se ainda que não se usem os automóveis como forma de exteriorização de riqueza, que dará origem à inveja alheia, e a não utilização de gestos rudes. Aqui calculo que se refiram à utilização do dedo médio. Já quanto à utilização do indicador ou mindinho para propósitos como coçar o cérebro não há qualquer referência. Lamentavelmente.
Convidado a comentar o assunto, o cardeal Renato Martino explicou que “os carros tendem a trazer ao de cima o lado primitivo dos seres humanos”. Ora eu não podia discordar mais. Como mulher, recordo que as minhas primitivas tinham como funções exclusivas cozinhar e tratar da criançada. Como condutora que sou esse meu lado nunca vem ao de cima: pego no carro para largar os miúdos na creche e para ir comprar comida feita.
Quanto ao mandamento n° 5, segundo o qual não devem os carros constituir uma ocasião para o pecado, explica o mesmo cardeal que tal se refere à utilização do veículo para engatar (o termo é meu) prostitutas. Suspiram de alívio todos aqueles cujos automóveis são oportunidades de pecado com as respectivas namoradas ou vizinhas, nomeadamente no banco de trás.
Quanto a vocês não sei, mas a mim irrita-me um bocadinho ter de acatar conselhos de alguém que não conduz, anda num carro blindado que não dá mais de 20 km/hora e que vive encravado nas muralhas do Vaticano. Venha Sua Santidade passar uma manhã, só uma basta, no IC 19 e depois combinamos aí um cafezinho para discutir o assunto.
Boas conduções!

2 comentários:

Laurentina disse...

PERDOA-LHES PAI QUE NÃO SABEM O QUE ANDAM A FAZER ...!!!!


ELE É TONTO SÓ PODE .

BEIJÃO GRANDE

Anónimo disse...

ora bem, pelo que vejo ou melhor, pelo que leio, parece-me que a forma voltou e ainda bem.

Jokas grandes