Passam hoje 18 anos sobre o acontecimento que me abriu os olhos para o mundo. Falo obviamente da queda do muro de Berlim.
A 9 de Novembro de 1989 tinha eu 16 anos e uma embaraçosa alienação do que pelo mundo acontecia. A ausência de conhecimento e de interesse justificava-se e era alimentada pela inexistência de estímulos. Na minha família não imperava a curiosidade intelectual e a incompetência de quem vem há anos dirigindo o ensino em Portugal impediu que, do primeiro ano de liceu ao 12°, a disciplina de história com o seu extenso currículo alguma vez chegasse ao século XX. Nunca a escola me ensinou o que foi a instauração da República, a 1ª e a 2ª Guerras Mundiais, o Estado Novo ou o 25 de Abril. Revolução russa? Guerra civil de Espanha? Meras expressões vazias de conteúdo.
Sabia que havia um muro em Berlim que dividia uma cidade a meio. Porque é que este muro também dividia o mundo? Os porquês ficavam sem resposta.
Hoje a informação está à distância de um click. No final dos anos 80 aqui na minha aldeia estava à distância de uma viagem de autocarro de quase 10 km até à biblioteca mais próxima. Cá em casa o único livro que havia era o “Mestre Cozinheiro” e quanto a jornais só mesmo “A Bola”, de vez em quando e com dias de atraso. Não venho por isso dar lições de história e, menos ainda, divagar sobre a supremacia de uma ideologia.
A 9 de Novembro de 1989 percebi que o mundo, sim, é um lugar estranho. E, como tudo o que nos é estranho, temos que o tentar compreender se queremos sequer alcançar uma ínfima parte da sua complexidade.
Para os que hoje têm 16 anos há um universo de possibilidades de acesso à informação que eu não tinha e por isso me choca tanto o desprezo que a maior parte deles sente pela história. Eu, ao menos, sentia embaraço pela minha ignorância.
A 9 de Novembro de 1989 tinha eu 16 anos e uma embaraçosa alienação do que pelo mundo acontecia. A ausência de conhecimento e de interesse justificava-se e era alimentada pela inexistência de estímulos. Na minha família não imperava a curiosidade intelectual e a incompetência de quem vem há anos dirigindo o ensino em Portugal impediu que, do primeiro ano de liceu ao 12°, a disciplina de história com o seu extenso currículo alguma vez chegasse ao século XX. Nunca a escola me ensinou o que foi a instauração da República, a 1ª e a 2ª Guerras Mundiais, o Estado Novo ou o 25 de Abril. Revolução russa? Guerra civil de Espanha? Meras expressões vazias de conteúdo.
Sabia que havia um muro em Berlim que dividia uma cidade a meio. Porque é que este muro também dividia o mundo? Os porquês ficavam sem resposta.
Hoje a informação está à distância de um click. No final dos anos 80 aqui na minha aldeia estava à distância de uma viagem de autocarro de quase 10 km até à biblioteca mais próxima. Cá em casa o único livro que havia era o “Mestre Cozinheiro” e quanto a jornais só mesmo “A Bola”, de vez em quando e com dias de atraso. Não venho por isso dar lições de história e, menos ainda, divagar sobre a supremacia de uma ideologia.
A 9 de Novembro de 1989 percebi que o mundo, sim, é um lugar estranho. E, como tudo o que nos é estranho, temos que o tentar compreender se queremos sequer alcançar uma ínfima parte da sua complexidade.
Para os que hoje têm 16 anos há um universo de possibilidades de acesso à informação que eu não tinha e por isso me choca tanto o desprezo que a maior parte deles sente pela história. Eu, ao menos, sentia embaraço pela minha ignorância.
*eventually every wall falls
2 comentários:
Este episódio corresponde a um momento da minha vidinha que tranformou radicalmente o meu futuro.
O que eu poderia qualificar de acidente de percurso levou-me até à capital da Europa poucos dias antes da queda do muro.
Quando vi as primeiras imagens fiquei sem saber o que pensar e sobretudo sem saber se seria bom o que estava a acontecer.
Pouco tempo depois, vi-me envolvida no projecto PHARE e a primeira abertura aos países de leste como a Polonia e a Hungria. Mais tarde a minha relação com os que são hoje os 10 novos membros da UE intensificou-se.
18 anos depois posso dizer que estou contente por ter assistido a um momento desta importância da história da nossa velha Europa.
Jokas
Ena pai da vida à tanto tempo que aqui não vinha e dou com a casa caiada?!
Ai eu não alinho nas paredes brancas ...para que fique claro.
Bem então tudo de bom ,mas antes de ir embora tenho que deixar escrito que gostei de relembrar esta questão da queda do muro de berlim, pensava eu tb ingenuamente que o mundo ia mudar para melhor com esse acontecimento!!
Valente engano meu...paciência .
Beijão grande
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