Quando seria de esperar que da junção dos dois resultasse um bom momento televisivo, eis que “Sarko, the american” resolve ter um momento “à la Santana Lopes” e deixar Leslie Stahl a lançar perguntas para a atmosfera: “what was unfair?”.
O motivo da saída intempestiva não se prende com a chegada de Mourinho a Paris mas com uma pergunta sobre Cecília, a ex-primeira-dama que nunca chegou a ser. Sarkozy é um político hábil que não tem dificuldades em contornar questões melindrosas mas Cecilia parece ser (foi) o seu ponto fraco.
Se é verdade que concordei com Santana no episódio da chegada de Mourinho ao aeroporto da Portela, penso de forma diferente em relação à atitude de Sarkozy. Dois pesos e duas medidas? Talvez. Mas não só os motivos são completamente diferentes como a importâncoia de um e de outro na cena internacional não é comparável. Reconheço no presidente francês o talento suficiente para se desembaraçar destas situações. O que já me custa é admitir que até os mais profissionais dos programas de televisão não conseguem fugir à cusquice da vida privada.
Quanto à decisão de revelar as imagens onde Sarkozy chama “imbecil” ao assessor de imprensa pergunto-me se o fariam caso este incidente não tivesse ocorrido. Não creio. Foi mesmo, como se diz lá pela Gália, “revanche”.