quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Champagne on the docks

Comemora-se hoje na blogosfera uma efeméride que não posso nem quero deixar passar: o primeiro aniversário do blog do meu amigo Rick, docas nas asas do desejo.
Trata-se de um blog muito diferente daqueles que eu estava habituada a frequentar. Intimista, positivo, despretensioso, onde se escreve muito e bem sobre cinema mas não só e onde se exibem belas fotografias que nada devem à arte.
Aqui na Sibéria apreciamos efemérides. Algumas já passadas não foram aqui referidas por não haver um computador disponível. O dia 7 de Agosto por exemplo. Ou o dia 17 de Dezembro, dia do aniversário deste amigo de quem hoje vos falo, que devido a um acontecimento triste também não foi aqui celebrado. Para corrigir a falta resolvi deixar aqui uns postalinhos personalizados, made by nitpicker, dedicados ao meu espaço favorito na blogosfera. Como não consegui decidir qual colocar aqui ficam todos.









Amigo, já agora obrigada por teres criado o blog a 31 de Janeiro. Assim já tenho motivos para festejar este dia que, desde 1987, é dia de neura. Mas nada de tristezas e vamos lá a abrir a garrafa de champagne.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Meanest mom on the planet

Jane Hambleton, de 48 anos e mãe de um jovem de 19, auto-intitulou-se a ela própria “the meanest mom on the planet” por ter colocado à venda o carro do filho.
Por altura do “Thanksgiving”, Mrs. Hambleton ofereceu a Steven um carro em troca de um acordo que incluia duas condições: manter o carro sempre fechado e nada de álcool. Como verdadeira mãe que é foi revistar a viatura e não só não precisou de chave ( estava aberto, infringindo a regra número um) como tinha uma garrafa de uma bebida alcoólica debaixo do banco da frente.
Steven Hambleton fez o que qualquer adolescente faria: disse que não era dele e que não sabia como a garrafa ali tinha ido parar. A mãe não foi na conversa e para o castigar decidiu vender o carro colocando um anúncio num jornal local explicando o motivo da venda. Ei-lo:




Mal o jovem Hambleton tinha recuperado da humilhação de se ver exposto perante a população de Fort Dodge (Des Moines, Iowa) onde reside e já a notícia assumia contornos nacionais ganhando destaque na ABC News, CNN e Washington Post, por exemplo (não, não é só a TVI que aproveita tudo). Daqui até à requisição para aparecerem em tudo quanto é talk show foi um pulinho. Depois da participação no “Good Morning America” choveram pedidos de todo o lado com Oprah Winfrey a participar na corrida mas exigindo exclusividade em troca. A mãe é fã de Oprah (who isn’t?) e estavam tentados a aceitar o convite quando Ellen DeGeneres telefonou. Steven é fã de Ellen e chegou à conclusão que ficar sem carro até era um preço demasiado baixo para conhecer a vedeta dos “daytime talk shows”. Steven até pode ser um adolescente ingénuo que não sabe esconder uma garrafa de Smirnoff mas tem visão: na semana seguinte Ellen destronou a mais famosa apresentadora de televisão do mundo como personalidade favorita dos americanos.
Aprecio pais disciplinadores e admiro o facto de esta mãe ter ido até ao fim com a sua decisão mas se eu fosse adolescente e ela fosse minha mãe da próxima vez que eu encontrasse no carro dela um pacotinho de bolachas ou uma sandocha, fazia-lhe o mesmo. Vejam o vídeo e perceberão porquê.


Ellen: What kind of booze?
Jane: It was Smirnoff
Ellen: Smirnoff? It’s just like Listerine*



*Listerine é um colutório. Vá lá, não sejam preguiçosos, o site da Priberam está à distância de um clic. Tenho que fazer tudo aqui é? OK, é um anti-séptico oral.

domingo, 27 de janeiro de 2008

sábado, 26 de janeiro de 2008

Valha-nos Deus, estamos todos lixados II

Ouvi há pouco o ministro da saúde, Correia de Campos, a propósito da reportagem transmitida no Jornal da Noite da SIC, na passada quinta feira, que retrata a descoordenação nas emergências médicas.
Não me quero deter a analisar as declarações do sr. ministro porque é sábado à noite e não quero que se perceba que não tenho nada mais interessante para fazer. Mas não resisto a dar uns recadinhos.
Quando o senhor diz que “todos os dias 20 mil pessoas vão às urgências em Portugal”, já pensou que isso acontece porque não há unidades de cuidado intermédio e as que ainda vão sobrando o senhor as está a encerrar? Vamos, sr. ministro, não porque “temos confiança nas urgências”, como o senhor diz, mas porque não temos alternativa.
Com Correia de Campos armado em queixinhas, Conceição Lino armou-se em engraçadinha e perguntou: “está a dizer que esta foi uma semana má para si?”. Não me lembro qual foi a resposta do ministro porque fiquei a pensar que se esta foi uma semana má para o ministro o que diriam (se não tivessem morrido) o que caiu da maca e o que caiu das escadas abaixo.
Também gostei dos gráficos arco íris. Repararam como os que aconselham os nossos políticos já os ensinaram que isto de ir para a televisão mostrar fotoc­ópias a preto e branco não está com nada? Ah pois, Correia de Campos foi munido de uns graficozinhos mais coloridos que as fotos do David LaChapelle.
Mas sabe quem viu que o momento alto desta entrevista foi esta frase: “Temos um excelente Serviço Nacional de Saúde”. Mas esta não comento porque tenho ali um refugadinho que está a começar a pegar.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Valha-nos Deus, estamos todos lixados

Quando aqui coloco um vídeo um dos critérios é que não seja longo. Não é, contudo, o caso de hoje. Estes dois vídeos, no seu conjunto, contam mais de 13 minutos. Mas são treze minutos que devem ser vistos e que dificilmente esqueceremos. Vi a reportagem no “Jornal da Noite” da SIC mas admito que voltei a vê-la aqui. Como se quisesse ter a certeza que o que tinha ouvido a primeira vez era real.
Para quem não sabe do que se trata esta reportagem passou ontem à noite e reproduz uma chamada telefónica para o INEM a comunicar a queda de um homem de 44 anos pelas escadas abaixo. Mas vejam e ouçam. No primeiro video temos a conversa entre a operadora do INEM e o familiar da vítima. No segundo, entre essa mesma operadora e o bombeiro de Favaios e também o de Alijó.

Isto acontece na mesma semana em que um idoso morreu após uma queda de uma maca enquanto aguardava na urgência do hospital de Aveiro. Mas estes são os casos que chegam à comunicação social. Muitos outros passam despercebidos.
Há cerca de duas semanas estive doente e, incapaz que me sentia de conduzir, chamei os bombeiros. Felizmente não moro em Favaios e dos bombeiros não me queixo. Pelo contrário, aqui fica um muito obrigada ao bombeiro que, perante os “valores malucos” (bombeiro dixit) do meu ritmo cardíaco, me levou directamente ao hospital sem passar pelo centro de saúde. Chegada ao hospital Amadora-Sintra fui à triagem e dizem-me que a minha temperatura e a minha idade não justifica a taquicardia. Como tal precisava fazer um ECG “já”. Foi-me atribuída a bolinha laranja que, de acordo com o sistema de triagem de Manchester, é dada aos casos urgentes e que supostamente não devem demorar mais de 10 minutos a ser avaliados pelo médico. Para resumir posso dizer-vos que aguardei mais de meia hora na sala de espera e só fui socorrida ao fim dessa meia hora porque desmaiei. Felizmente não era nada de grave mas, e se fosse?
Este vídeo ilustra bem aquilo a que estamos sujeitos quando necessitamos de cuidados médicos. Aquilo e a quem porque até podemos manter todas as urgências deste país abertas que enquanto estivermos dependentes da incompetência e da falta de formação de prestadores de cuidados, como este bombeiro, só mesmo Deus para nos valer.


P.S. Acabo de ouvir que a família do falecido quer processar o INEM. Se assim é, porque não processar todos seguindo a ordem dos acontecimentos e começar logo pelo irmão da vítima. E não se esqueçam do bombeiro.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

A memory a day keeps the doctor away VIII

Este post surge aqui não só como resultado do passeio pela memória musical dos 80’s mas sobretudo para os mais susceptíveis não apanharem assim de repente com o post que vem a seguir.



Thompson Twins, Hold me now, 1984

Como é que o Armani perdeu esta oportunidade no Renascimento

DAVID, de Michelangelo




DAVID, de Victoria



Valete, o Ás do rap tuga

Lembram-se de “video killed the radio star”, dos “Buggles", o primeiro a passar na então estreante MTV em 1981? Neste século XXI o YouTube está nos antípodas da MTV: não só não mata “stars” como ajuda a emergir algumas “quase pré” (para citar o artista em causa) estrelas.
Valete é um rapper português com direito a entrada na “Wikipédia”. Eu não gosto de rap por isso não conhecia o Valete. Mas gosto do Sporting e por causa disso passei a conhecer o Valete, para quem o clube do meu coração está num “estado de quase pré-falência”. Ainda não é falência, também não é bem pré porque é só quase, o que quer que isso seja.
Este verdadeiro artista dedicou algum do seu tempo e menos ainda do seu talento a Paulo Bento. Hmm, talento? Paulo Bento? Ora bolas, isto rima e quando se fala de rap não pode ser, como confirma o próprio na sua autobiografia: “ fui ao Johnny Guitar e vi o Nigga War e os Nexo a actuarem. Pensei: “F***-se estes gajos são muitos bons, vou rimar para quê? Para ser só mais um?”. Não tinha confiança nenhuma, abandonei a ideia de começar a rimar.”
Este abandono não foi contudo definitivo: “ Ninguém percebe como é que pões a jogar um gajo comó Djaló/ diz-lhe que ele é tecnicamente um cataclismo/e que um campo de futebol nao é uma pista de atletismo”. Reparem como se consegue aqui fugir à rima escatológica. Eu, se tivesse uma frase com “Djaló” e “cataclismo” só conseguiria rimar isto com “autoclismo”.
Mas se isto não é suficiente para vos convencer do talento literário desta carta do baralho, passem pelo MySpace e detenham-se na autobiografia. Deixo-vos só com uma passagem: “Éramos pobres comó c***lho. Vivíamos em Benfica, com mais duas famílias. Uma casa de 3 assoalhadas onde viviam 11 pessoas. Era mesmo f***do.”Sounds like poetry...
“Baza a correr com o Paulo Bento/Tomates e assobios/baza a correr com o Paulo Bento”. Assobios já temos. Agora só falta que apareça alguém com tomates.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Happy Birthday to You

Este post tem dedicatória. Para a minha amiga Z, a.k.a., Snow friend, a.k.a., Caminheira, aqui em casa mais conhecida como A Minha Querida Amiga. Para os teus 35 anos aqui fica “THE song”. Há “amanhãs que cantam” mas também há “yesterdays” que ecoarão nos nossos ouvidos e nos nossos corações para sempre. FELIZ ANIVERSÁRIO

Eu é mais a previsão meteorológica

Esqueçam taxas de desemprego, evolução do PIB e inflação. Ignorem índices bolsistas, graus de produtividade ou balanças comerciais. Em Portugal o indicador verdadeiramente revelador dos seus habitantes é este: Ana Malhoa foi a “personalidade” mais procurada na internet em 2007.

sábado, 19 de janeiro de 2008

A memory a day keeps the doctor away VII

O passeiozinho hoje leva-nos até ao momento na vida que todo o trintão recorda com nostalgia: os anos 80. Vamos lá ouvir coisinhas que vai para mais de 20 anos que andam esquecidas...



Corey Hart, Sunglasses at night, 1984




Dead or Alive, You spin me round (like a record), 1985



Johnny Hates Jazz, Shattered dreams, 1987



F.R. David, Words, 1983

E agora para estragar tudo dois exemplos de grupos que tinham em mim o efeito que tem hoje o João Pedro Pais...



Prefab Sprout, The king of rock'n' roll, 1988



Cock Robin, The promise you made, 1986

I'll be back, não sei é quando, parte II

Seja lá quem for a sumidade que trata destas coisas da meteorologia, lê este blog. De que outra maneira se explica o extraordinário dia de sol que tivemos hoje? Na sequência do post anterior, já temos uma em três. Mas é bom que a gaija que manda aqui se restabeleça depressa porque os 4 golos ao oitavo classificado da Série D da II Divisão, também conhecido como Lagoa, não são suficientes para criar condições para o meu regresso.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

I'll be back, não sei é quando

Este blog está temporariamente sem actividade. A administração é que se esqueceu de avisar. Recomeçarão as pastagens quando se verificar pelo menos duas das três condicões seguintes:

1ª quando a gaija que manda aqui tiver recuperado o estado normal de saúde;
2ª quando o bom tempo vier passar uns dias para estes lados;
3ª quando lá para as bandas de Alvalade se conseguir algo próximo de uma equipa de futebol.

...whichever comes first.

sábado, 22 de dezembro de 2007

In memoriam

Maria das Dores de Jesus. Foi este o nome que os meus bisavós resolveram dar à sua quarta filha, a minha avó. Maria das Queixas, chamava-lhe a sua habitual farmacêutica. A Maria das Queixas lamentava-se das pontadas mas gabava-se de não saber o que era uma dor de estômago ou de cabeça. Foram 88 anos sem o saber mas os últimos 8, invadidos por uma maldita doença de Alzheimer, foram-na levando aos poucos para mais longe de nós. Sentada ao nosso lado mas cada vez mais longe.
Agora está fisicamente longe. Definitivamente longe.
Perdi a última dos meus avós. Tinha perdido os outros dois aos 13 anos, num espaço de 6 meses. Há 10 anos perdi o meu pai. Olho para trás e vejo cada vez menos gente. Mas quando olho para trás vejo também uma infância plena de recordações daqueles intermináveis verões passados em casa dos meus avós. Julho, Agosto e Setembro a chorar baba e muco nasal com saudades da minha mãe mas recheados de brincadeira, praia, muita praia, e aventuras com a tia mais nova.
Vejo outros natais com a casa dos meus avós abarrotada de filhos e netos e o meu avô a soprar por todos os cantos sem conseguir disfarçar o desconforto de ver a sua rotina tão alterada.
Vejo a cozinha da minha avó e aquela mesa à volta da qual tanto se contou e tanto se ouviu. E aquele forno de onde saíram os mais deliciosos petiscos por ela confeccionados.
Vejo aquele quintal de muro alto para dentro do qual nada se via mas tanto se ouvia: gargalhadas, muitas, noite dentro. Era ver quem conseguia ser mais disparatado. Ganhou a minha tia Irene que, por 500 paus, deu a volta ao lugar com o robe mais ridículo que alguma vez vi.
A minha avó partiu após uma angustiante hospitalização. A vó Dores era velhinha mas era minha, era nossa, e embora quase tenha dado comigo em doida durante esses anos de Alzheimer, vou ter muitas saudades dela. E quero deixar aqui o meu testemunho, aqui na “ternet” como ela lhe chamava e que tanto a intrigava. Dizia-me ela uma vez: “Ouve lá, oh A., então isso da ternet é tão bom, tão bom e não dá para apanhar esse bin Laden?”
O Natal de 2007 vai ser mais triste mas consola-me a recordação de outros natais maravilhosos.
A todos os que por aqui passarem desejo um Feliz Natal e um Ano Novo tão bom que quando um dia se lembrarem de 2008 tenham dele tão boas recordações como eu tenho da vó Dores.


Em memória da vó Dores,
29 de Julho de 1919 – 17 de Dezembro de 2007

sábado, 8 de dezembro de 2007

Mar agitado



Tendo em conta o ambiente que nas últimas semana se tem vivido no blog da “Atlântico”, quando hoje comprei a revista tive medo que ela me explodisse nas mãos.

Anita foi à feira vender e...

Descobri através do arrastão que até há pouco tempo existiu um site chamado Martine Cover Generator que convidava os leitores a fazer capas alternativas aos livros da “Martine” que nós por cá conhecemos como “Anita”. Infelizmente o site foi encerrado a 18 de Novembro depois do simpático pedido da editora Casterman.
O blog português que descobriu esta pérola resolveu participar na paródia e a mim também me apetece. Cá vai o meu contributo:










terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Saint wati?

Schott's Almanac 2008
Your exclusive guide to the year ahead, from saint's days to celebrity birthdays.


June
8 St Medard's day (patron saint of good weather, prisoners, & toothache).

Grande "medard" de padroeiro da dor de dentes me saiu este gajo.

Ora dá cá um e a seguir dá outro...ou talvez não

Em Portugal, à excepção das tias da linha, é quase prática generalizada cumprimentar alguém com dois beijinhos. Mesmo assim quem já não passou pelo embaraço de ficar à espera do segundo enquanto a outra pessoa já está a cumprimentar a seguinte?
Um francês chamado Gilles Debunne resolveu analisar a questão no seu país criando um site (http://www.combiendebises.free.fr/) para tentar resolver o imbróglio e após 18000 votos ordenou por departamentos o número de beijinhos dados.
Para quem acha que isto é um problema irrelevante, não é.
Vou passar o Natal com a minha mãe e a minha irmã. Somos portuguesas mas não vivemos na linha, por isso damos dois beijinhos. Até aqui tudo bem. Na ceia de Natal vão estar belgas e uma francesa. Os belgas dão três beijinhos e os franceses quatro. De cada vez que nos vemos e cumprimentamos instala-se a confusão. Mas este ano já sei o que fazer. Chego lá e digo: “Je suis constipé!”.


P.S. Isto é para ler até ao fim senão ficam a pensar que sou idiota. Não quer dizer que não seja, não quero é que se saiba. É óbvio que esta do “constipé” é uma piada. Para quem não está familiarizado com a língua de Astérix “constipation” em português é “obstipação”.

Zé Agostinho dixit

Ribau diz que "é quase pecado ser da oposição"
“O secretário-geral do PSD veio ontem ao XVII Congresso Regional do PSD/Açores lançar um alerta ao País e dizer que "em Portugal hoje ser oposição é mais difícil do que nunca".


Mais difícil do que nunca? Hmm, mais difícil do que, sei lá, tipo ali entre 1926 e 1974, por exemplo?