segunda-feira, 16 de julho de 2007

Não é profeta, será mago?

Ao contrário de muitas pessoas, e ainda mais contra o que de mim pensa quem me conhece, gosto quando descubro que estava enganada. Porquê? Porque não raras vezes prova, primeiro, que eu não dispunha de informação suficiente para sustentar a minha opinião e isso leva-me a procurar saber mais; segundo, prova que não sou de ideias fixas e tenho a versatilidade suficiente para mudar de ponto de vista.
Não é, contudo, o que me acontece em relação a José Saramago. Quando ouvia só falar de Saramago, achava que não gostava dele. Quando o fiquei a conhecer melhor, sobretudo do ponto de vista ideológico, fiquei mais certa de que não gostava dele. Quando ele ganhou o Prémio Nobel, como nunca tinha lido nada da sua autoria (embora tivesse tentado) não me pronunciei, embora achasse que não gostava do que ele escrevia. Quando finalmente li um dos seus livros (lamento, mas recuso-me a ler mais algum), fiquei absolutamente segura de que não gostava do que ele escrevia. Mas perante a importância de tal prémio continuei a achar que era eu que estava errada em não gostar dele.
Mas desta vez não me enganei e qualquer probabilidade de vir a gostar dele esfumou-se ontem com a entrevista de Saramago ao Diário de Notícias. Hoje digo, com absoluta certeza e a título definitivo: eu não gosto dele!


P.S. Na frase em que Saramago diz: ” Provavelmente [Espanha] teria de mudar de nome e passar a chamar-se Ibéria” eu leio “Provavelmente [Saramago] teria de mudar de nacionalidade e passar a chamar-se espanhol.”

1 comentário:

Anónimo disse...

E pá o "gaijo" é mesmo uma grande seca e lamento se não entro no clube dos intelectuais, mais ele é uma grande seca mesmo!

Tenho dito!!,

Jinhos