quarta-feira, 21 de março de 2007

O fim da Miss Piggy

Até onde vai a nossa liberdade de expressão e em que medida pode ser tolhida pelo politicamente correcto? Várias vezes fiz esta pergunta quando estalou a polémica dos “cartoons” no jornal dinamarquês Jyllands-Posten sobre Maomé.
Quando eu pensava que o assunto estaria adormecido leio no Daily Mail do passado dia 15 uma notícia que me deixou entorpecida. Lê-se que os organizadores de um festival musical de uma escola em Huddersfield, West Yorkshire, alteraram o nome da história “Three Little Pigs” (“Os Três Porquinhos”) para “Three Little Puppies” devido à natureza multicultural das crianças participantes e dos pais presentes na plateia.
O cúmulo do politicamente correcto ou o fim definitivo do bom senso? O que virá a seguir? A reedição de “O triunfo dos Porcos” de George Orwell, substituindo Napoleão e seus acólitos quem sabe por uns inofensivos gatinhos? E
Peyo ver-se-á obrigado a pintar estrunfes de outra cor para não ofender o “menino azul”?
Quanto a Pinóquio, conseguirá ele escapar à fúria dos madeireiros que não mais permitem que se associe o seu material de trabalho a um boneco mentiroso? O presidente da Associação dos Industriais de Madeira e Mobiliário, defensor da cartilha do politicamente correcto, já disse mesmo:” «Não vale a pena olharem para ele, basta verem o boneco», disse, para defender: «É isto que é preciso destruir»*
Se a tendência alastra da literatura para a publicidade não faltará muito para vermos a comunidade indiana a protestar solicitando a poibição dos triangulares queijinhos da marca “La vache qui rit”.

* esta frase foi de facto proferida pelo presidente da AIMMP mas a propósito de um esquema com as várias entidades que intervêm no processo da gestão das florestas.
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1 comentário:

s.ibéria disse...

Peço desculpa pelo lapso, mas Peyo não pode pintar bonecos azuis nem de outra cor porque ja faleceu. Lamento o deslize.